Sentença condenatória

Promotoria do Panamá pede 12 anos de prisão para ex-presidente Martinelli

Político quer voltar ao poder nas eleições de 2024

Ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli - Mauricio Valenzuela/AFP

A Promotoria do Panamá pediu à Justiça, nesta quinta-feira (1), a "pena máxima" de 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro para o ex-presidente Ricardo Martinelli, que quer voltar ao poder nas eleições de 2024.

"Pedimos [...] uma sentença condenatória" contra Martinelli e outros 12 coacusados, disse o promotor Emeldo Márquez no oitavo dia do julgamento contra o ex-presidente (2009-2014).

"Devemos estabelecer que seja imposta a eles a pena máxima" de 12 anos de prisão, estipulada pelo artigo 254 do Código Penal panamenho, acrescentou.

O promotor pediu a absolvição de outros dois coacusados neste julgamento conhecido como 'New Business', um dos vários processos abertos contra o ex-presidente por possíveis atos de corrupção durante seu governo.

Martinelli "é autor do crime de lavagem porque depositou e transferiu dinheiro pessoalmente e através de intermediário" a uma conta bancária investigada, "prevendo razoavelmente que tais atos constituíam operações ilícitas", afirmou Márquez.

O ex-presidente criticou o processo contra ele, afirmando nesta quinta em sua conta no Twitter que se trata de um "julgamento político arranjado", no qual "a promotoria levou um dia e meio em suas alegações falsas, mas os acusados têm, injustamente, uma hora contada no relógio" para apresentar sua defesa.

"A violação do direito a uma pessoa neste Estado selvagem, chamado Panamá, se torna uma violação ao futuro de todos", acrescentou.

O artigo 254 do Código Penal estabelece que um autor de lavagem de dinheiro "será sancionado com penas de cinco a doze anos de prisão".

A juíza Baloisa Marquínez deve proferir sua sentença em breve. Tradicionalmente, os magistrados panamenhos levam cerca de 30 dias para anunciar suas sentenças.

Martinelli, de 71 anos, também deve ir a julgamento este ano em outro caso de suposta lavagem de dinheiro por propina paga pela Odebrecht.