AMÉRICA DO SUL

Chile investiga morte de milhares de aves marinhas após descartar gripe aviária

Resultados dos exame saíram nesta sexta

Pelicano suspeito de ter morrido da gripe aviária H5N1 é encontrado na praia de Lima, capital do Peru - Ernesto Benavides / AFP

As autoridades ambientais investigam a morte de milhares de aves marinhas cujos corpos ficaram espalhados pela região de Coquimbo, no norte de Chile, após descartar que os óbitos tenham sido consequência de um surto de gripe aviária que atinge todo o seu litoral.

Pelo menos 3.500 biguás-do-guano, de dorso preto e abdômen branco, parecidos com pinguins, foram encontrados mortos desde 26 de maio, segundo as estimativas do Serviço Agrícola e de Pecuária (SAG, na sigla em espanhol) de Coquimbo.

Centenas de animais foram recolhidos esta semana por funcionários do SAG vestidos com roupas de biossegurança e a poucos metros de restaurantes, hotéis e cassinos.

Nesta sexta-feira ficaram prontos os resultados dos exames aos quais as aves foram submetidas, que inicialmente descartam gripe aviária, informou à AFP o diretor do SAG em Coquimbo, Jorge Mautz.

O resultado "é confiável", assinalou o funcionário.

As autoridades investigam agora o que pode ter ocasionado a morte das milhares de aves, em um fenômeno que surpreendeu os moradores do lugar.

"Jamais vimos isso antes. É impressionante a mortandade desses pássaros", afirmou à AFP Édison Alfaro, um pescador de 47 anos que sempre morou nessa região.

Para o diretor regional do SAG "algo está acontecendo no mar" que provoca a morte dessas aves que mergulham nos oceanos em busca de alimentos.

Essa mortandade em massa acontece em meio a um forte surto de gripe aviária que atinge o litoral do Chile desde dezembro de 2022, uma doença sem cura que matou milhares de animais, entre eles pinguins, pelicanos e lobos-marinhos.

O Chile calcula que cerca de 10% dos 10.000 pinguins de Humboldt, uma espécie vulnerável, morreram. Além disso, 9.000 lobos-marinhos morreram, o dobro de todos os casos registrados nos últimos 14 anos.

Ademais, em 29 de março foi confirmado o primeiro caso de contágio em humanos, um paciente de 53 anos que ainda permanece hospitalizado.