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Antes de reunião sobre economia verde, Macron recebe o cacique Raoni em Paris

Presidente francês homenageou o líder indígena no Twitter pelo trabalho de décadas na defesa da Amazônia e dos povos originários

Presidente da França, Emmanuel Macron, cumprimenta o cacique Raoni, em Paris - Divulgação/Presidência Francesa

O presidente da França, Emmanuel Macron, se encontrou neste domingo com o cacique Raoni, um dos mais conhecidos rostos da luta pela defesa da Amazônia e dos povos indígenas.

A visita antecede uma aguardada reunião, prevista para o fim do mês, que discutirá propostas para fortalecer a chamada economia verde, pautada pela sustentabilidade, baixa emissão de carbono e pela redução dos impactos sobre o meio ambiente.

Na publicação, feita no Twitter, Macron diz que "preservar as florestas tropicais, garantir o respeito aos direitos dos povos indígenas, esse é o trabalho da sua vida, sua luta pela humanidade", se referindo ao líder indígena da etnia caiapó, de 93 anos.

"Estamos atentos ao que nos diz Cacique Raoni, a 18 dias da Cúpula de Paris para um Novo Pacto Financeiro Global que o mundo precisa", escreveu o líder francês, que publicou a mensagem em francês, inglês e português.



A reunião havia sido anunciada pelo Palácio do Eliseu na sexta-feira. No comunicado emitido antes do encontro, a Presidência francesa afirmou que esta seria "uma oportunidade para o presidente reiterar seu compromisso com o respeito aos direitos humanos dos povos indígenas e sua determinação de trabalhar pela preservação dos espaços naturais, principalmente das florestas, uma vez que eles constituem reservas vitais de carbono e tesouros da biodiversidade”.
 

Não foi divulgado um comunicado sobre os temas tratados no encontro deste domingo. Em 2019, Raoni foi convidado por Macron para participar da reunião de cúpula do G7, o grupo de sete das mais desenvolvidas economias do planeta, que naquele ano aconteceu em Biarritz, na França. Na ocasião, Raoni pediu ajuda para preservar a Amazônia e teceu duras críticas ao então presidente, Jair Bolsonaro, acusado por ele de ajudar na destruição da floresta.

A presença de Raoni serve também para Macron promover a reunião que discutirá os rumos da chamada economia verde nas próximas décadas, e que acontecerá na França nos dias 22 e 23 deste mês. No sábado, o Palácio do Planalto confirmou que Lula deve ir a Paris, mas ainda não há informações sobre a agenda do presidente ou sobre a comitiva que irá com ele.

A confirmação da viagem também acontece depois de uma semana marcada por reveses das pastas ambientais do governo, com a retirada de funções do Ministério do Meio Ambiente através da MP dos Ministérios, aprovada na quinta-feira, e da votação do Marco Temporal das terras indígenas, que passou na Câmara na terça-feira, e foi duramente atacada por ambientalistas.