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Dono de aeronave que caiu ao ser perseguida por caças nos EUA já havia perdido uma filha

O milionário John Rumpel, apoiador de Donald Trump e de políticas pró-armas, perdeu outra filha e a neta no acidente com o avião

O milionário John Rumpel, à esquerda, ao lado do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e sua esposa Barbara - Reprodução/Facebook

Dono do avião essna Citation V que caiu no estado da Virginia, nos Estados Unidos, após ser perseguido por caças, o milionário John Rumpel, de 75 anos, já havia perdido uma outra filha. O caso, segundo informou o jornal britânico The Sun nesta terça-feira (6), aconteceu há quase três décadas, quando a garota tinha 19 anos. Em 1994, Victoria Rumpel morreu durante um acidente de mergulho. Em homenagem à menina, John e a mulher, Barbara, abriram uma casa de repouso com o nome da jovem na cidade de Melbourne, na Flórida.

No domingo (4), o empresário de 75 anos e a esposa, Barbara Rumpel, perderam outras duas integrantes da família. Dentro da aeronave viajavam sua filha Adina Azarian, de 49 anos, e a neta de dois. Também estava dentro do veículo a babâ e o piloto. As familiares do americano voltavam para Nova York de uma visita a casa do empresário, na Carolina do Norte, quando o acidente, ainda não esclarecido, ocorreu.

"Nunca conheci uma pessoa mais doce do que Adina. Esta é a segunda filha que perdi, e ela era o ser humano mais maravilhoso que já conheci. Nós a adotamos alguns anos atrás." disse o empresário ao canal de televisão americano CBS, referindo-se a morte da filha adolescente Victoria nos anos 1990.

Adina Azarian era uma agente imobiliária especializada em imóveis de luxo no estado de Nova York. Segundo o site Real Deal, especializado no merco imobiliário americano, Azarian tinha como foco a cidade de Nova York e regiões como os Hamptons.

"Ela é jovem e faz 30 anos que faz negócios imobiliários na cidade, totalmente 'self-made'. Não há uma pessoa por aí que não a adore" disse Eric Barron, um colega de profissão de Azarian na corretora Keller Williams.

Pais de Adina, John e Barbara Rumpel foram descritos na imprensa americana como doadores do ex-presidente Donald Trump e defensores de leis pró-armas, além de serem ligados a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês). Ao Washington Post, John Rumpel confirmou que sua filha e neta estavam na aeronave. Ele disse ter "perdido toda sua família" no acidente.

De acordo com a FAA, o Cessna decolou de Elizabethton, no Tennessee, e tinha como destino declarado o aeroporto de MacArthur, na ilha de Long Island, estado de Nova York. Informações do site Flightaware mostram que a aeronave fez uma curva de quase 180º quando já estava perto de seu destino final, e seguiu em direção a Washington — as autoridades afirmam que vão investigar o caso, e ainda estão em busca dos destroços.

Casos semelhantes, com pilotos que não respondem aos contatos do controle de terra, são raros nos EUA, e quase sempre provocam um alerta de segurança. Um desses incidentes ocorreu em 2014, quando duas pessoas a bordo de um monomotor perderam a consciência quando a aeronave voava sobre o estado da Flórida. Dois caças F-15 chegaram a ser acionados para interceptar o avião, que caiu pouco depois, perto da costa da Jamaica, sem deixar sobreviventes.

Anos antes, em 1999, o golfista Payne Stewart foi uma das vítimas da queda do avião onde ele viajava com outras quatro pessoas. Na época, a investigação mostrou que o Learjet 35 perdeu pressão e todos a bordo ficaram inconscientes, antes de morrerem por causa da falta de oxigênio. Durante o voo, foram feitas três interceptações com caças F-16, mas a aeronave caiu na Dakota do Norte.