Pagamento

Pix: cresce a adesão de empresas e governo, que já recebem a maioria das transferências

Conforme dados do Banco Central, o Pix passou o cartão de crédito, débito, pré-pago, boleto e outros meios no primeiro trimestre de 2022

O PIX ainda não é o meio de pagamento predileto de moradores das favelas brasileiras - Adriano Ishibashi/ foto de arquivo

O grupo de empresas, negócios informais e entes do governo representou 57% de todas as transações recebidas por meio do Pix, de acordo com levantamento do Banco Central, considerando o ano de 2022.

No relatório de economia bancária, divulgado nesta terça-feira, a autarquia destaca os pagamentos para o comércio varejista e para o setor de alimentação e, do lado do governo, o pagamento dos valores do imposto de renda, por exemplo.

— No primeiro momento, o Pix realmente avançou muito para pagamento de pessoa para pessoa, mas (posteriormente) ele avançou muito para pagamento entre pessoas e empresas, e pessoas e governo. De pessoa para pessoa já representa a minoria das transações — diz o diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central, Renato Dias de Brito Gomes, em coletiva no final da manhã.

A autarquia confirma que o Pix teve um salto de crescimento e usabilidade desde o lançamento em novembro de 2020, primeiro ano de pandemia.

Conforme dados do Banco Central, o Pix passou o cartão de crédito, débito, pré-pago, boleto e outros meios no primeiro trimestre de 2022, com 23% de participação no total de transações. De janeiro a dezembro de 2022, o Pix registrou 26% do total das transações.

Oferta de crédito teve ‘forte’ expansão em 2022
Ainda conforme o relatório de economia bancária, divulgado nesta terça-feira, a oferta de crédito de bancos e instituições financeiras para famílias e empresas encerrou o ano de 2022 no total de R$5,3 trilhões, uma expansão de 14% no ano. Segundo o documento do BC, houve um “forte crescimento” pelo terceiro ano consecutivo.

O movimento ocorreu apesar dos efeitos restritivos da política monetária, com a alta da taxa básica de juros a partir de março de 2021 para controlar a inflação. A desaceleração no crédito, contudo, começou a ocorrer no segundo semestre do ano de 2022.

Para as pessoas físicas, as modalidades de crédito com custo mais elevado foram as que mais contribuíram para o crescimento dos empréstimos, segundo o BC. Houve ampliação da contratação das linhas de uso emergencial, como o cartão de crédito rotativo e cheque especial.

Já nas modalidades para empresas, em 2022, houve crescimento “mais destacado” nas operações de capital de giro, “compensando o arrefecimento” na carteira de desconto de recebíveis, diz o relatório.