Poupança

Brasileiros retiraram mais de R$ 11 bilhões da poupança em maio, maior valor desde 1995

No acumulado do ano, de janeiro a maio, foram R$ 69,231 bilhões em saldo negativo

Brasileiros retiraram mais de R$ 11 bilhões da poupança em maio, maior valor desde 1995 - Agência Brasil

A poupança, tradicional aplicação financeira dos brasileiros, teve resultado negativo de R$ 11,7 bilhões no mês de maio, a maior retirada da séria histórica iniciada em 1995. Os dados foram atualizados pelo Banco Central nesta terça-feira.

De acordo com o BC, foram R$ 330,19 bilhões depositados e R$ 341,94 bilhões sacados no quinto mês do ano. Ou seja, as retiradas nas cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 11,7 bilhões.

O saque elevado da poupança, em parte, é reflexo da inflação, que reduz o poder de compra da população, além do alto endividamento das famílias.

Outro motivo para o resultado apontado pelo BC é o rendimento da poupança, no cenário em que as pessoas passam a ter acesso a investimentos mais rentáveis para formar reservas de emergência, como os títulos do Tesouro Direto.

No acumulado do ano, de janeiro a maio, foram R$ 69,231 bilhões em resultado negativo, também o maior da série histórica para o período.

Impacto no setor habitacional
No início do mês de maio, a presidente da Caixa, Rita Serrano, lançou uma campanha para estimular o investimento dos brasileiros na poupança. Serrano disse que as perdas de recursos das cadernetas de população tornam o investimento em habitação "mais caro".

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A lógica é que os bancos, com a diminuição de recursos na poupança, precisam encontrar outros fundos (mais caros) para continuar financiando a habitação.

Já nesta terça-feira, o diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que as condições de crédito ficaram mais restritivas também para o setor habitacional. Guillen observou que nos financiamentos imobiliários essa redução pode ser explicada pela queda no "funding" em virtude do aumento de saques da poupança.

— Do lado da oferta observamos condições mais restritivas para microempresa, pessoa física e habitacional. No habitacional chama atenção que subiu e depois caiu, e isso pode ser explicado pelo 'funding', com saques da poupança —, disse em entrevista coletiva para apresentação do relatório de economia bancária, nesta manhã.