ESTADOS UNIDOS

Queda de avião nos EUA: confira passo a passo da perseguição dos caças F-16 da Força Aérea

Acidente ainda não foi esclarecido pelas autoridades americanas

Adina Azira e sua filha são duas das quatro vítimas de acidente aéreo nos EUA - Reprodução

O avião perseguido por caças F-16 da Força Aérea dos EUA que decolou de Elizabethton, no Tennessee, tinha como destino o aeroporto Long Island MacArthur, em Nova York, quando colidiu contra um terreno montanhoso próximo da Floresta Nacional George Washington, no último domingo.

Quatro pessoas morreram: Adina Azarian de 49 anos, a filha de 2 anos, Aria; a babá Evadnie Smith e o piloto Jeff Hefner. O acidente ainda não foi esclarecido pelas autoridades americanas.

Depois de voar sobre Long Island, a aeronave deu a volta e seguiu uma trajetória em linha reta, passando por Washington e Virgínia, antes da queda, de acordo com o site de rastreamento de voos Flightradar24.

A partir da identificação da aeronave e de seu trajeto e velocidade, a Administração Federal de Aviação iniciou uma tentativa de contato com o piloto do avião particular pelo sistema de rádio, mas não obteve resposta. Mais tarde, investigadores disseram trabalhar com a hipótese de que ele tenha perdido a consciência.
 

Sem conseguir contato com a aeronave, o órgão federal acionou o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês), a quem solicitou o envio dos caças F-16 para averiguar de perto a situação. De acordo com as autoridades envolvidas, o envio de aeronaves militares é um procedimento padrão quando é detectado que um outro avião está voando de forma insegura.

Em comunicado emitido após a situação ter seu desfecho, o comando da Norad informou que os aviões enviados a Washington no domingo receberam autorização para voar a velocidades supersônicas e a disparar sinalizadores, na tentativa de forçar uma resposta do piloto. Novas tentativas de comunicação via rádio foram feitas, mas sem sucesso.

O comando da missão confirmou que o avião foi interceptado às 15h20 (16h20 em Brasília) do domingo — o que significa dizer que foi neste horário que as aeronaves se encontraram no céu. No entanto, não houve o abate da mesma — algo que seria extremamente raro, uma vez que a autorização para derrubar uma aeronave civil é um tema delicado do ponto de vista internacional, sendo necessário a avaliação de alguma atitude hostil.

Vítimas
O avião Cessna Citation V que caiu no estado da Virginia, nos Estados Unidos, após ser perseguido por caças, levava Adina Azarian, de 49 anos, e a filha dela de 2 anos, Aria — filha e neta do dono da aeronave, o milionário John Rumpel. A babá Evadnie Smith e o piloto Jeff Hefner também estavam no avião e morreram no acidente.

Adina Azarian de 49 anos era uma agente imobiliária especializada em imóveis de luxo no estado de Nova York. Segundo o site Real Deal, especializado no merco imobiliário americano, Azarian tinha como foco a cidade de Nova York e regiões como os Hamptons.

— Ela é jovem e faz 30 anos que faz negócios imobiliários na cidade, totalmente 'self-made'. Não há uma pessoa por aí que não a adore — disse Eric Barron, um colega de profissão de Azarian na corretora Keller Williams.

Pais de Adina, John e Barbara Rumpel foram descritos na imprensa americana como doadores do ex-presidente Donald Trump e defensores de leis pró-armas, além de serem ligados a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês). Ao Washington Post, John Rumpel confirmou que sua filha e neta estavam na aeronave. Ele disse ter "perdido toda sua família" no acidente.

— Nunca conheci uma pessoa mais doce do que Adina. Esta é a segunda filha que perdi, e ela era o ser humano mais maravilhoso que já conheci. Nós a adotamos alguns anos atrás. — disse o empresário ao canal de televisão americano CBS, referindo-se a morte da filha adolescente Victoria Rumpel em um acidente de mergulho, nos anos 90.

Segundo os diários "US Sun" e "NY Post", Evadnie Smith era natural da Jamaica e tomava conta da pequena Aria na casa da família em East Hamptons. Amigos de Adina Azarian afirmam que ela era carinhosamente chamada de "Nanny V" e tinha um vínculo especial com a patroa, que era mãe solo, e com a menina. Ela foi descrita como uma "mulher notável, com uma alma linda".