RACISMO

Lei "Vini Jr": Rio de Janeiro aprova medidas contra o racismo no futebol

A lei afirma que qualquer pessoa pode informar as autoridades presentes sobre o comportamento racista.

O brasileiro Vinícius Júnior foi "bombardeado", no último domingo (21), por ofensas racistas por parte da torcida do Valência - Foto: José Jordan/AFP

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro elaborou na terça-feira (6) um projeto de lei que prevê a interrupção ou suspensão de partidas de futebol em casos de racismo, na primeira ação concreta no Brasil após a onda de indignação por comportamentos racistas contra o atacante Vinícius Junior na Espanha.

O país se uniu para criticar os insultos proferidos contra Vini Jr., jogador do Real Madrid, que foi chamado de "macaco" durante uma partida contra o Valencia pelo campeonato espanhol no mês passado.

Mas a discussão também gerou um debate sobre o problema nos gramados brasileiros, onde as denúncias de racismo aumentaram 40% em 2022, de acordo com os números preliminares do Observatório de Discriminação Racial do Futebol.

"Recentemente, o racismo escancarado sofreu em forma de perseguição pelo cidadão fluminense Vinícius Junior em partidas de futebol realizadas na Espanha o completaram símbolo de resistência e fortaleceram a necessidade da criação de uma política de incentivo ao respeito, bem como a criação de um protocolo de combate ao racismo em estádios e arenas esportivas", afirmou o deputado estadual Prof. Josemar (PSOL), autor do projeto de lei.

De acordo com o texto, "em caso de denúncia ou manifestação comprovada de conduta racista", as partidas serão interrompidas pelo tempo considerado necessário pela organização do evento.

A lei afirma que qualquer pessoa pode informar as autoridades presentes sobre o comportamento racista.

E o jogo pode ser suspenso se a ação for repetida ou se um grupo de pessoas participar dos atos de racismo.

O projeto foi batizado como "Lei Vini Jr" de combate ao racismo.

Vinícius, 22 anos, iniciou a carreira nas categorias de base do Flamengo e assinou pré-contrato com o Real Madrid quando tinha apenas 16.

O projeto de lei também prevê campanhas de conscientização nos intervalos das partidas e políticas públicas para atendimento às vítimas de racismo.