BRASIL

Preço dos alimentos desacelera e inflação recua para 0,23% em maio

Resultado indica uma desaceleração em relação ao mês de abril, quando ficou em 0,61%

Estante com embalagens de alimentos - Valter Campanato/Agência Brasil

Uma desaceleração nos preços dos alimentos, somada a uma queda nos preços dos combustíveis e passagens aéreas, levaram a inflação a desacelerar para 0,23% em maio, após uma alta de 0,61% em abril. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (7).

Analistas esperavam alta de 0,33% em maio, segundo projeção mediana de 43 instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data.

Perspectivas
Economistas avaliam que o cenário para a inflação no ano melhorou frente ao esperado anteriormente, em razão de um aumento menos intenso nos preços. A prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, desacelerou em abril para 4,16% em 12 meses e ficou abaixo do teto da meta estipulada pelo Banco Central para o ano, que é de 4,75%.

A perspectiva de uma "desinflação" gradual, como dizem os economistas, tem levado a uma melhora nas previsões para a inflação para 2023 e 2024 apontada pelo Boletim Focus, que reúne projeções do mercado. Os analistas reviram a estimativa do IPCA para 5,69% neste ano, ante 5,71% na semana anterior. Esta é a terceira queda seguida. Para 2024, a projeção caiu de 4,13% para 4,12%.

Apesar do cenário mais benigno, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reforçado que o processo de redução da inflação no Brasil é lento e ainda exige o trabalho do BC com a política monetária restritiva. Segundo Campos Neto, é preciso ter certeza de que o BC conseguirá fazer a inflação convergir para o centro da meta, que para este ano é de 3,25%, com teto de 4,75%. Para 2024 e 2025, a meta é de 3%, com teto de 4,5%.