Restaurante japonês processa adolescente em US$ 480 mil por brincadeira de lamber molho de soja
Cena viralizou e criou o "terrorismo do sushi", trend que causou indignação nas redes. Movimento provocou queda nas vendas e no preço das ações de uma rede famosa no país
Um restaurante de sushi no Japão está processando um adolescente em US$ 480 mil alegando que um vídeo, feito pelo cliente e que viralizou nas redes sociais, causou uma queda nas vendas e nas ações da empresa. Nas imagens, o jovem aparece cometendo o chamado "terrorismo do sushi", como ficou conhecida a brincadeira anti-higiênica: ele lambe a tampa aberta de uma garrafa de molho de soja e toda borda de um copo, depois o coloca de volta na esteira giratória do restaurante.
A Food & Life, dona da Akindo Sushiro, a loja onde ocorreu o incidente, registrou um boletim de ocorrência e recebeu um pedido de desculpas do jovem infrator. No vídeo, o adolescente também é filmado lambendo os dedos e tocando a comida e depois colocando-a de volta na esteira.
Apelidado de “Terrorismo do sushi”, o episódio protagonizado pelo cliente provocou uma onda de vídeos similares logo após a cena, gravada na cidade de Gifu, se espalhar rapidamente pelas redes sociais, como TikTok e Twitter. Em outros vídeos, clientes de outras redes são vistos colocando wasabi nos pedaços de comida que giram ou lambendo as colheres de uma tigela de chá. Os incidentes causaram comoção no Japão, um país conhecido por seus rígidos padrões de higiene e limpeza.
'Terrorismo do sushi' provoca queda nas ações
A Sushiro é a maior rede de sushi de esteira no Japão. A companhia perdeu 16 bilhões de yuans em valor de mercado, quando as ações da controladora caíram 4,8% em 31 de janeiro após o episódio, de acordo com a emissora nacional NHK e o jornal Yomiuri.
Um porta-voz da empresa se recusou a comentar sobre o caso. Um porta-voz do Tribunal Distrital de Osaka disse que não poderia fornecer detalhes, mas confirmou a disputa judicial.
Depois do incidente, a rede chegou a adicionar telas de acrílico em alguns pontos de venda para impedir adulterações nas esteiras e disse que forneceria temperos e talheres a quem os solicitasse, cujos custos estão sendo buscados no pedido de indenização feito ao adolescente.
Dois outros grandes restaurantes que trabalham com esteiras de sushi, Hama Sushi e Kura Sushi, disseram à Bloomberg em fevereiro que estavam considerando métodos como a implantação de inteligência artificial e câmeras acima das esteiras rolantes para impedir as brincadeiras anti-higiênicas.