Suécia aceita receber tropas da Otan antes de adesão à aliança militar
Decisão envia mensagem clara à Rússia e fortalece a defesa do país, segundo premier
A Suécia, por enquanto fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), está disposta a acolher bases temporárias da aliança em seu território antes mesmo de sua entrada efetiva, anunciou o primeiro-ministro Ulf Kristersson nesta sexta-feira. Com "status" de "convidada" desde 2022, o país tem sua adesão ratificada por 29 membros da aliança militar, mas faltam Turquia e Hungria.
"O governo decidiu que as Forças Armadas suecas poderiam realizar preparativos com a Otan e os países da Otan para permitir futuras operações conjuntas" disse o líder conservador Ulf Kristersson com seu ministro da Defesa, Pål Jonson, ao jornal Dagens Nyheter. "Esses preparativos podem consistir na instalação temporária de equipamentos e de pessoal estrangeiro em território sueco. A decisão envia uma mensagem clara à Rússia e fortalece a defesa da Suécia."
A presença de tropas da Otan também funcionaria como uma força de garantia contra uma possível operação, ou tentativa de interferência russa do outro lado do Mar Báltico.
Somente membros plenos se beneficiam da proteção do Artigo 5 da organização, o que significa que um ataque contra um deles é considerado um ataque contra todos os membros da aliança.
A Turquia exige a extradição de dezenas de ativistas que, segundo Ancara, são "terroristas". O governo sueco, por sua vez, alega que não pode atender a esses pedidos, pois dependem de tribunais independentes. Em abril, os Estados Unidos pediram à Turquia e à Hungria que ratifiquem rapidamente a adesão da Suécia. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, principal obstáculo à adesão sueca, ainda não se pronunciou sobre a questão desde sua reeleição, no final de maio.
A Finlândia, por sua vez, teve sua adesão aceita em abril, depois de meses de impasse.