FORTUNA

George Soros passa império de R$ 122 bilhões para o filho Alex: saiba quem é e de onde vem a fortuna

Magnata de 92 anos se prepara para entregar o controle da Open Society Foundations para filho de 37 anos, que já preside o conselho das fundaçõ

Alexander Soros herdeiro do magnata George Soros - Reprodução/Twitter

Alexander Soros não era o favorito para herdar o império bilionário do pai, George Soros. Mas a saída do meio-irmão mais velho, Jonathan, do conglomerado o colocou na linha de sucessão das Fundações Open Society (OSF). Segundo a mídia americana, o bilionário e filantropo de 92 anos está em processo de transferir o controle da OSF para o filho, de 37. A revista "Forbes" estima que o patrimônio pessoal do magnata esteja em US$ 6,7 bilhões (R$ 32,7 bilhões). Já a OSF controla a maioria dos ativos administrados de Soros, avaliados em US$ 25 bilhões (R$ 122 bilhões).

De acordo com o "Wall Street Journal", Alexander (ou Alex, como é conhecido) tem limitada experiência em finanças, um Ph.D. em História e já presidia o conselho das fundações da família. Ele assumiu um cargo de tempo integral no conglomerado apenas em 2015, após a saída de Jonathan, e intensificou a atuação a partir da eleição de 2016. Durante o pleito, fez campanha para aumentar o comparecimento às urnas, especialmente no estado da Georgia, ao lado da ex-deputada democrata Stacey Abrams.

Alexander Soros foi eleito presidente do conselho das fundações em dezembro e agora lidera as atividades políticas agrupadas no chamado "super PAC", uma estrutura que desembolsa fundos para as campanhas dos candidatos políticos em disputa. Ele é o único membro da família que faz parte do comitê de investimentos do Soros Fund Management, a entidade que supervisiona os fundos filantrópicos, de acordo com o WSJ.

O filho de Soros afirma que deseja se envolver mais na política do que seu pai. Ele apoia programas que incentivam eleitores latinos e afro-americanos a votar e pede aos legisladores democratas que interajam mais com eleitores. Recentemente, reuniu-se com funcionários do governo Joe Biden; o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer; o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau; para pressionar por questões relacionadas à fundação da família.

"Nossas fileiras devem ser mais patrióticas e inclusivas. O fato de alguém votar em Trump não significa que esteja perdido ou seja racista" argumentou ele ao "WSJ".

Aliás, Alex Soros não esconde que deseja, em particular, combater o possível retorno de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos em 2024. Até para isso, afirma que vai continuar o histórico da família de apoiar políticos e pautas esquerda, em causas como direito ao voto e ao aborto, além de promover a democracia no exterior. Embora avalie que ele e seu pai "pensem da mesma forma", Alexander Soros afirmou ao jornal que é "mais político" que George.

"Eu adoraria ver o dinheiro não desempenhando um papel tão importante na política, mas enquanto a outra parte o fizer [por meio de contribuições], nós também teremos que continuar fazendo" disse ao jornal.

De onde vem a fortuna
A maior parte dos US$ 25 bilhões de dólares (R$ 122 bilhões) com os quais o fundo familiar está dotado será destinada à OSF nos próximos anos, e US$ 125 milhões (R$ 610 milhões) foram destinados a campanhas de candidatos esquerdistas.

George Soros nasceu na Hungria, de onde saiu aos 17 anos. Ele se formou na London School of Economics trabalhando como porteiro de ferrovia e garçom. Mais tarde, fez fortuna como magnata de fundos de hedge — investimentos com diferentes e mais arrojadas estratégias de alocação, em geral mais livres e diversificadas que aportes tradicionais.

O bilionário administrou dinheiro de clientes em Nova York de 1969 a 2011. Em 1992, de acordo com a "Forbes", ele investiu contra a libra esterlina e, supostamente, conseguiu lucrar US$ 1 bilhão (R$ 4,8 bilhões). Assim, ficou conhecido como "o homem que quebrou o Banco da Inglaterra".

Odiado pelos ultraconservadores e frequentemente alvo de ataques com conotações antissemitas, George Soros começou a criar uma rede de fundações, a Open Society Foundations, na década de 1980, investindo em todo o mundo em prol de diversas causas, como reformas econômicas e judiciais, direitos das minorias, refugiados, liberdade de expressão e mudança climática.