China promete a Honduras começar em breve negociações para TLC
Encontro ocorre um dia depois de o país centro-americano inaugurar sua embaixada na China
O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu nesta segunda-feira (12) a sua homóloga hondurenha, Xiomara Castro, iniciar negociações, "o quanto antes", visando a um tratado de livre-comércio, além de agradecer-lhe pelo rompimento de laços com Taiwan.
Xiomara chegou à China na sexta-feira (9) para uma visita de cinco dias e se reuniu hoje com Xi, em Pequim.
O encontro ocorre um dia depois de o país centro-americano inaugurar sua embaixada na China, oficialmente, após romper os laços com a ilha de Taiwan em março.
Há mais de 70 anos, China e Taiwan disputam o reconhecimento diplomático de outros Estados. Castro havia feito do reconhecimento do governo comunista chinês uma promessa de campanha.
Esta mudança diplomática empreendida por Honduras constitui uma "decisão histórica e demonstrou sua firme vontade política", disse Xi a Castro, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.
O princípio de "uma única China", pelo qual Honduras não pode mais ter vínculos oficiais com Taipé, "é a base política" das relações entre China e Honduras, e "estou convencido de que Honduras irá aplicá-lo" integralmente, enfatizou Xi.
Durante o encontro, o líder chinês prometeu desenvolver "relações amistosas com Honduras" e apoiar "firmemente" seu desenvolvimento econômico e social.
O gigante asiático "promoverá a entrada de produtos hondurenhos no mercado chinês e está disposto a iniciar, o mais rápido possível, negociações sobre um acordo de livre-comércio com Honduras".
Ambos os países assinaram uma série de acordos nas áreas de comércio, agricultura, ciência e tecnologia, assim como no setor educacional, anunciou a televisão pública chinesa CCTV.
Reforçar a cooperação
As declarações de Xi são as primeiras desde que Honduras deu uma guinada diplomática e se tornou o quinto país centro-americano a romper os laços com Taipei desde 2007. Na América Central, apenas Guatemala e Belize mantêm vínculo com a ilha. E, no mundo, apenas 13 países reconhecem Taiwan.
Em um comunicado conjunto, China e Honduras disseram que querem fortalecer sua cooperação nos setores financeiro, médico e turístico. Pequim fez um apelo às suas empresas para que invistam nesse país da América Central.
"Ambas as partes se opõem a qualquer hegemonia" e "a qualquer ingerência nos assuntos internos de outros países", destaca o comunicado, fazendo uma referência indireta aos Estados Unidos.
Honduras se comprometeu, por sua vez, a "participar ativamente" da Nova Rota da Seda, ou Iniciativa do Cinturão e Rota, um imenso projeto de infraestrutura lançado por Pequim. Seu objetivo é desenvolver estradas, portos e vias ferroviárias no exterior com financiamento chinês.
A China considera Taiwan, um governo democrático e autônomo, como uma província rebelde que faz parte de seu território. Espera recuperá-la um dia, mesmo que à força.
Na semana passada, Pequim inaugurou sua embaixada na capital hondurenha, Tegucigalpa.