SELEÇÃO BRASILEIRA

Falta de opções e incerteza com Ancelotti podem fazer CBF considerar Jorge Jesus; entenda

Embora não haja contato ou negociação, técnico português se coloca disponível e pode se tornar o plano B em lista que hoje não tem nenhuma alternativa forte ao italiano

Treinador Jorge Jesus - Miguel Riopa/AFP

A movimentação de Jorge Jesus ao mandar recado à CBF nas entrelinhas sobre a disponibilidade de assumir a seleção brasileira não é uma novidade. Ocorre que o cenário de incerteza e falta de opções na busca por um sucessor de Tite pode fazer a entidade considerar o português, hoje ainda longe de ser unanimidade ou de ser alvo de sondagens.

Com Carlo Ancelotti cada vez mais longe, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, espera uma última cartada em viagem à Espanha com a seleção para amistosos contra Guiné e Senegal, esta semana. Diante da negativa provável, o dirigente precisará apontar um novo caminho, que hoje é uma incógnita. Ciente desse processo, Jesus se ofereceu de forma indireta, como sempre faz.

– Eu tinha decidido que iria esperar por novas oportunidades e, portanto, é isso que vou fazer. Ainda não decidi nada com ninguém, vou esperar aquilo que é meu sonho, que se possa realizar. Vou esperar até o fim – anunciou o português neste domingo, após o título com o Fenerbahçe na Turquia.

Na CBF, as declarações foram recebidas com naturalidade. Não foi a primeira vez que Jesus deu a tradicional “cavada”. Quando questionado diretamente sobre a possibilidade de assumir a seleção brasileira, nunca se esquivou do “sonho”. Sem chances de retornar ao Flamengo diante da boa fase de Sampaoli, o técnico português tem propostas da Arábia Saudita e de clubes do país, mas escolheu esperar.
 

O treinador tem bom relacionamento com dirigentes e empresários que atuam próximos à CBF para entender que nesse momento se colocar como disponível é uma boa estratégia. Outros nomes do futebol internacional foram avaliados internamente na entidade, entre eles José Mourinho, mas nenhum deles ainda ganhou força. Os treinadores brasileiros seguem como alternativas, apesar de o presidente Ednaldo Rodrigues ter a intenção de inovar.

Na apresentação da seleção ontem, 18 jogadores participaram do primeiro treino, ainda sob o comando do interino Ramon Menezes. André, Ayrton Lucas e Pedro chegam hoje. Ederson, amanhã.

— Muito bom rever o grupo na Seleção, eu já estava com saudades. Quero desfrutar desse momento —, disse Richarlison, que ficou fora do amistoso de março contra Marrocos por causa de um problema muscular.