BRASIL

Galípolo inicia "beija-mão" no Senado para vaga de diretor do Banco Central

Secretário-executivo da Fazenda foi indicado para diretoria de Política Econômica

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo - Washington Costa/MF

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, iniciou uma série de conversas com senadores antes de ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa no dia 27 de junho para a vaga do Banco Central (BC). A votação no plenário do Senado ainda não foi anunciada, mas a expectativa é de que ocorra no mesmo dia.

Ele foi escolhido pelo governo Lula para assumir a diretoria de Política Monetária, uma das mais importantes da autarquia depois da presidência — ocupada hoje por Roberto Campos Neto, alvo frequente de críticas do governo. Galípolo é o mais cotado para a presidência da autarquia a partir de 2024, quando termina o mandato de Campos Neto.

O beija-mão a senadores é tradicional para indicados a cargos que precisam de aval dos parlamentares e também está sendo feito, por exemplo, pelo advogado Cristiano Zanin, escolhido por Lula para o Supremo Tribunal Federal.

Galípolo já se reuniu com senadores do PSD e tem mais reuniões previstas até quarta-feira. O PSD tem a maior bancada do Senado, com 15 parlamentares. É o partido do presidente, Rodrigo Pacheco (MG), e do senador Omar Aziz (AM), relator do arcabouço fiscal na Casa.
 

Economista formado pela PUC-SP, com mestrado em economia política, Galípolo é homem de confiança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Além disso, ele é hoje a principal ponte entre a Fazenda e Campos Neto — que já o parabenizou pela indicação —, podendo azeitar a comunicação entre a atual diretoria e o governo.

A chegada de Galípolo ao BC é esperada no governo como forma de aprofundar o debate por dentro sobre a política monetária e ampliar o diálogo nesse sentido. O seu nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado, o que não deve acontecer antes da reunião do Copom de junho.

Embora Galípolo já seja hoje um dos principais responsáveis pela ponte entre o BC e o restante do governo, ele terá mais influência estando dentro da instituição, segundo membros do Executivo.