Ucrânia: vídeo mostra momento do ataque à cidade natal de Zelensky, que deixou ao menos 10 mortos
Kryvyi Rih, onde nasceu o presidente ucraniano, fica na região central do país e registrou 32 feridos vítimas de incêndio em prédio residencial
Ao menos 10 pessoas morreram e 32 ficaram feridas em um ataque russo contra a cidade de Kryvyi Rih, na região central da Ucrânia, onde um míssil destruiu um prédio residencial, anunciaram as autoridades locais nesta terça-feira.
O governo ucraniano também relatou ataques noturnos em Kharkiv, no nordeste do país, além da capital Kiev, que receberá nas próximas horas a visita do diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi.
Nesta terça, a Rússia reivindicou a captura de vários tanques alemães Leopard e veículos de combate de infantaria americanos Bradley. As autoridades russas divulgaram imagens de soldados locais inspecionando os aparelhos fornecidos à Ucrânia por países ocidentais.
Em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, na região de Dnipropetrovsk, no centro-leste, um "ataque em larga escala com mísseis" atingiu vários pontos da cidade, em particular um edifício residencial, afirmaram as autoridades locais.
— Infelizmente, nós temos seis mortos. As operações de resgate continuam — informou Oleksander Vilkul, comandante militar da cidade industrial.
A administração regional divulgou uma foto do prédio atingido, que sofreu o incêndio. Além do edifício residencial, o governo de Dnipropetrovsk identificou mais duas áreas "civis" afetadas pelas explosões. Em Kiev, a administração militar relatou ataques noturnos com mísseis de cruzeiro, mas destacou que "todos os alvos inimigos no espaço aéreo ao redor de Kiev foram detectados e destruídos com sucesso".
O prefeito de Kharkiv, Igor Terekhov, anunciou um ataque de drones "contra infraestruturas civis", que atingiram um hangar e as instalações de uma empresa.
Vilarejos liberados
Nesta segunda-feira à noite, o presidente Zelensky afirmou que a contraofensiva ucraniana é "difícil, mas avança".
— Os combates são difíceis, mas estamos avançando, isso é muito importante — declarou Zelensky em seu pronunciamento diário, no qual destacou que as "perdas inimigas são exatamente do nível que precisamos".
— O tempo não é favorável, a chuva torna nosso trabalho mais difícil, mas a força de nossos soldados dá bons resultados — acrescentou.
Pouco antes, o governo ucraniano anunciou a retomada, desde o fim de semana, de sete vilarejos nas regiões sul e leste do país. "Sete vilarejos foram libertados", anunciou a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, no Telegram. Ela calculou em 90 quilômetros quadrados a superfície de território recuperada pelos ucranianos.
O ministério da Defesa afirmou, nesta segunda, que avançou de 250 a 700 metros na região leste de Bakhmut, na direção da cidade de mesmo nome, que é cenário de uma das batalhas mais violentas desde o início da guerra.
A Rússia afirmou que impediu ataques ucranianos no leste de Donetsk, perto de Velkya Novosilka e de Levadne, nas proximidades de Zaporizhzhia. Não foi possível confirmar as reivindicações de Moscou e Kiev com fontes independentes.
Central nuclear
De acordo com analistas militares, a Ucrânia ainda não mobilizou a maior parte de suas forças na contraofensiva e está testando a frente de batalha com múltiplos ataques para determinar os pontos mais fracos. A contraofensiva ucraniana vai durar "várias semanas, ou até meses", declarou na segunda-feira o presidente da França, Emmanuel Macron.
— Nós desejamos que a contraofensiva seja o mais vitoriosa possível para que, em seguida, seja possível iniciar uma fase de negociação em boas condições — complementou.
A AIEA confirmou que seu diretor, Rafael Grossi, visitará nesta terça-feira a Ucrânia para inspecionar a central nuclear de Zaporizhzhia e analisar o impacto da destruição da barragem de Kakhovka no rio Dnieper. Depois de passar pela capital ucraniana, Grossi se dirigirá para a central ZNPP, ocupada pelos russos, "para avaliar a situação e organizar um novo rodízio de especialistas".
Desde o início da invasão, o diretor da AIEA vem advertindo para o risco de um acidente nuclear nesta usina do sudeste da Ucrânia, a maior da Europa. A destruição da represa de Kakhovka não provocou nenhum efeito até o momento na área de resfriamento da usina. Em outras partes do sul do país, no entanto, causou graves inundações e matou 17 pessoas na zona sob controle da Rússia e 10 na área controlada pela Ucrânia.