RIO DE JANEIRO

Caso Jeff Machado: ex-companheiro doou R$ 100 mil a suspeito do assassinato

Dinheiro veio da venda de imóvel, em Campo Grande, ocorrida três meses após a morte do ator

Jeff Machado com Bruno Rodrigues - Reprodução/ Instagram

O produtor de TV Bruno Rodrigues, foragido desde o dia 2 de junho e suspeito do homicídio e ocultação do cadáver do ator Jeff Machado, recebeu do ex-companheiro Rodrigo Alvim Enseki R$ 100 mil pela venda de uma casa três meses após o crime.

O professor disse à polícia que a negociação do imóvel, localizado em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, ocorreu em maio.

Bruno e Rodrigo tiveram um relacionamento por 15 anos. À polícia, o professor afirmou que doou o dinheiro para o ex-namorado na intenção de ajudá-lo. Além do imóvel, o casal também fazia aplicações financeiras. Ainda segundo o professor, mesmo estando separados, o valor dos investimentos garantiam a eles uma boa renda.

De acordo com o inquérito conduzido pela Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), o assassinato ocorreu por motivação financeira. Transações bancárias feitas da conta do ator para Bruno Rodrigues comprovam que o produtor recebeu cerca de R$ 20 mil de Jeff por uma suposta vaga em uma novela das 19h. O que não aconteceu.
 

Jeff foi morto no dia 23 de janeiro dentro da própria casa em Guaratiba. Seu corpo foi encontrado pela polícia no dia 22 de maio em um baú concretado dentro de uma quitinete, em Campo Grande, também na Zona Oeste.

Segundo as investigações, o ator foi dopado e estrangulado com um fio de telefone.

Vídeos com garoto de programa
Rodrigo Alvim Enseki diz que, quando conheceu o produtor de TV Bruno Rodrigues, há pouco mais de dez anos, acreditava que ele atuava apenas em produções de novelas e filmes. À polícia, o ex-companheiro do principal suspeito da morte do ator Jeff Machado afirmou que não sabia que Bruno também fazia vídeos de conteúdo sexual com garotos de programa. Um deles, Jeander Vinicius da Silva Braga, preso desde o dia 2 de junho suspeito de participação na morte, confessou em depoimento que conheceu Bruno em encontros casuais.

Segundo o garoto de programa, ele teria aceitado ir à casa de Jeff no dia 23 de janeiro a convite do produtor de TV para gravação de um vídeo erótico. Jeander negou que tivesse mantido relação sexual no dia do assassinato.

Bruno Rodrigues, em vídeo apresentado aos investigadores, afirmou que Jeander participava de encontros deste tipo com ele. Bruno também admitiu ter relações sexuais com o garoto de programa. Rodrigo Alvim nega conhecer a relação de Jeander com seu ex-companheiro. Bruno acrescentou que Jeander cobrava entre R$ 150 e R$ 200 por gravação.

No dia em que o garoto de programa foi preso, em 2 de junho, Rodrigo Alvim prestou depoimento na 35ª DP (Campo Grande) a pedido da Delegacia de Descobertas de Paradeiros. Segundo a delegada Elen Souto, o ex-companheiro de Bruno Rodrigues foi visto frequentando a quitinete em Campo Grande aonde o baú com o corpo do ator Jeff Machado foi concretado. Imagens de câmera de segurança flagraram Rodrigo ao lado de Bruno em uma concessionária na Zona Oeste do Rio tentando negociar a venda do carro de Jeff, um Renault Duster branco, avaliado em R$109 mil.

O produtor de TV contou ao vendedor da loja que Jeff estava tratando um câncer terminal e, por isso, precisava de dinheiro. Já Rodrigo Alvim teria ajudado Bruno com a negociação. A informação foi dada à polícia pelo funcionário da concessionária.

Todo o trâmite da venda do carro foi feita no dia 31 de janeiro, oito dias após o assassinato da vítima, e só não foi concluída porque era necessário ter a assinatura do proprietário do veículo. O inquérito do caso deve ser concluído pela polícia até o fim desta semana. Bruno Rodrigues segue foragido.

Flagrado por câmeras de segurança
No dia 27 de maio, Bruno Rodrigues foi visto saindo de um apartamento na Estrada do Monteiro, em Campo Grande. Imagens de câmera de segurança obtidas pela polícia mostram o produtor saindo da residência, usando camisa branca e boné, segurando uma bolsa com um cachorro da raça yorkshire e entrando em um carro branco.

Segundo as investigações, o apartamento seria de um amigo de Bruno, e há indícios de que ele esteve escondido no imóvel pelo menos até a véspera de o mandado de prisão ser expedido, na última quinta-feira. O cachorro carregado pelo suspeito, segundo a polícia, se chama Chanel e é sempre visto com o suspeito.