H2V

Suape e Pecém na rota da cooperação internacional para produção de hidrogênio verde no País

Recursos, na ordem de R$ 10 bi, foram anunciados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

O chanceler Mauro Vieira e o senador Fernando Dueire, que se encontraram esta semana - Ministério das Relações Exteriores/Divulgação

Os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) podem entrar na rota de investimentos estrangeiros para a produção de hidrogênio verde (H2V). Os recursos, na ordem de R$ 10 bilhões, foram anunciados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que pretende incentivar iniciativas voltadas à energia limpa no País.

Para inserir os dois portos nordestinos na cooperação internacional sobre o tema, o senador Fernando Dueire (MDB-PE) definiu uma agenda de trabalho conjunta com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com quem se reuniu nesta semana.

Membro da Comissão Especial do Hidrogênio Verde do Senado Federal, Dueire já tem marcada uma nova audiência com o Secretário de Energia, Clima e Meio Ambiente do Ministério, André Corrêa do Lago, quando pretende trabalhar as potencialidades dos portos do Nordeste na área de produção de energia limpa.

“A descarbonização via projetos de produção de hidrogênio verde está na ordem do dia das grandes economias. Unir os investimentos da Comunidade Europeia com o trabalho que estamos fazendo na comissão para regulamentar e incentivar a produção dessa energia no País vai ser determinante para o setor. E ter o Ministério das Relações Exteriores com parceiro nesse trabalho conjunto é muito importante”, pontuou Dueire.

Na última semana de maio, Suape já foi alvo dos trabalhos da comissão. Os senadores visitaram as instalações e os projetos que estão começando a sair do papel no porto pernambucano voltados à geração do H2V.  E no próximo dia 26, o grupo estará no Porto de Pecém.

“Além de conhecer com propriedade o que já estamos fazendo em nossa região, queremos formar o arcabouço legal que irá definir as regras  regulatórias da produção, transporte, uso e exportação do novo energético”, explicou.

Energia limpa
O interesse e a necessidade de investimentos da comunidade internacional no assunto não são por acaso. O hidrogênio é visto por especialistas e estudiosos como o combustível do futuro, principalmente em sua versão sustentável - chamado de hidrogênio verde. Atualmente, o País é o terceiro que mais produz energia renovável no mundo, perdendo apenas para os EUA e a China.

Já o Nordeste concentra a maior movimentação em torno do H2V. A região quer se posicionar como um polo produtor, devido ao alto potencial para geração de energia solar e eólica, além da localização estratégica dos portos em relação ao mercado europeu.

“O Brasil tem tudo para ser a bola da vez no processo de transição energética que vive o mundo. É rico em recursos naturais, tem pioneirismo em energia limpa  e excelência na formação técnicos em academias espalhadas em diferentes capitais do país. A boa infraestrutura em portos vocacionados para plataformas de exportação de hidrogênio verde, como Suape e Pecém, pode e deve ser considerada nesse momento de definição dos investimentos e da cooperação com a União Europeia no setor”, finalizou senador pernambucano.