Infecção

Herpes-zóster: entenda a doença causada pelo vírus da catapora que levou Zilu Godoi ao hospital

Estresse da pandemia e a própria ação do coronavírus no organismo aumentou a incidência desse tipo de infecção

Zilu Godoi - reprodução/Instagram

Um quadro de Herpes-zóster levou Zilu Godoi ao hospital na madrugada desta quinta-feira (15), preocupando os seguidores da empresária. Pelos stories do Instagram, a ex-mulher de Zezé di Camargo apareceu na festa de aniversário do neto e revelou que foi diagnosticada com a doença, causada pelo mesmo vírus da catapora.

A infecção costuma se manifestar depois dos 50 anos de idade. Na maioria das vezes, os sintomas desaparecem em dias. Mas em alguns casos, o cenário pode se agravar, podendo afetar a visão e a saúde mental. As complicações também incluem disseminação do vírus pelo corpo e o comprometimento de movimentos, podendo causar paralisia do nervos cranianos, meningite, úlcera, hepatite e derrame cerebral.

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, mostrou que a incidência de herpes-zóster aumentou 35,4% durante a pandemia. Entre os motivos estão o estresse provocado pelos confinamentos, que abalou o sistema imunológico desses pacientes. A própria ação do coronavírus no organismo pode também ter colaborado. A seguir, O GLOBO detalha a doença, com a consultoria do geneticista e pediatra Salmo Raskin, coordenador do departamento científico de genética da Sociedade Brasileira de Pediatria e diretor do Laboratório Genetika, em Curitiba.

O que é herpes-zóster?
É uma infecção causada pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a varicela, também conhecida como catapora. Esse vírus tem a característica de ficar “adormecido” em algumas regiões do corpo, como os gânglios e nervos, podendo “despertar” anos depois. Cerca de 30% dos que tiveram catapora passam por isso. Fatores que diminuem a imunidade facilitam a reativação do microrganismo, deflagrando a doença, como forte estresse, câncer e outras infecções, como HIV e Covid-19. A incidência de herpes-zóster cresceu 35,4% durante a pandemia, para se ter uma ideia. Esse aumento deve-se, provavelmente à ansiedade causada pelas quarentenas associada à própria infecção da Covid-19.

Quais são os sintomas da doença?
Os sinais mais comuns são erupções na pele no formato de bolhas. Tratam-se de lesões que doem, coçam e aparecem sobretudo no tórax, nas costas, abdômen, mas também pode acometer a face e a cabeça. O infectado também sente febre e bastante dor de cabeça.

Como a doença é transmitida?
Como no herpes-zóster a lesão é localizada, não há transmissão respiratória. Ela pode ser passada através do contato. Isso porque o vírus permanece ativo dentro das lesões. O contágio acontece por meio do líquido das bolhas da pele ou por objetos contaminados pelo vírus. Lembrando que o microrganismo é o mesmo que causa a catapora. Portanto, se a pessoa nunca teve essa infecção ou não foi vacinada e teve contato direto com as lesões que surgem na pele, o risco de transmissão é maior.

Em qual idade ela é mais comum?
Ele costuma ser reativado depois dos 50 anos de idade e em imunossuprimidos. Dos 50 aos 59 anos de idade, o risco aumenta em 4,7% e depois disso cresce em torno de 12%.

Como é o tratamento?
Em grande parte dos casos, as lesões na pele desaparecem entre 2 e 4 semanas. O tratamento é feito com remédios e técnicas que ajudam a aliviar os sintomas, incluindo analgésicos e antivirais para combater a dor, reduzir a duração das lesões e evitar complicações.

Ela pode ser prevenida?
Sim, com vacinas. Neste ano chegou ao Brasil um novo imunizante contra o herpes-zóster, do laboratório GSK, para pessoas com mais de 50 anos e imunossuprimidos. Ela é produzida a partir de proteína do vírus (não vivo) e administrada em duas doses. Há também a vacina do fabricante MSD, para quem tem acima de 50 anos. É feita com vírus vivo atenuado da varicela-zóster, e ministrada em dose única. Por enquanto, ambas estão disponíveis apenas no sistema privado.