EUA sanciona rede transnacional mexicana de tráfico de migrantes
Rede global Hernández Salas teria facilitado para que "milhares de pessoas entrassem ilegalmente" em território americano
Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas à rede global Hernández Salas, com sede no México, à sua líder e a vários integrantes por facilitar que "milhares de pessoas entrassem ilegalmente" em território americano, informou o Departamento do Tesouro, nesta sexta-feira (16).
Esta organização transnacional, que está radicada em Mexicali (norte), opera desde 2018 e mantém vínculos com o cartel de Sinaloa, afirma em um comunicado.
Sua líder é Ofelia Hernández Salas, presa no México, à espera de sua extradição para os Estados Unidos.
Essa "rede sofisticada" facilitou a viagem de pessoas que "representam problemas de segurança nacional" ao fugir dos processos de investigação, afirma Washington.
As autoridades americanas e mexicanas avaliam que as vítimas pagaram entre US$ 10.000 e US$ 70.000 (aproximadamente entre R$ 49.000,00 e R$ 338.000,00) à organização, que os transportava até a fronteira graças à ajuda de colaboradores em várias regiões, aponta o comunicado.
A empresa também está envolvida na falsificação de documentos e em corrupção no México, acrescenta.
As sanções, impostas em estreita coordenação com as autoridades mexicanas, "têm como objetivo interromper as operações globais do grupo", afirmou o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian Nelson, citado no comunicado.
Segundo o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos, as organizações criminosas transnacionais ganham bilhões de dólares com o tráfico de pessoas.
Aproveitam-se de que a maioria dos migrantes que tentam chegar aos Estados Unidos buscam ajuda para organizar o transporte pela fronteira.
A Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC, sigla em inglês), vinculada ao Departamento do Tesouro, também sancionou quatro integrantes da rede - Raúl Saucedo Huipio, Jesús Gerardo Chávez Tamayo, Fátima Del Rocío Maldonado López e Federico Hernández Sánchez - "por ter ajudado materialmente, patrocinado e fornecido apoio financeiro, material e tecnológico, bens e serviços em apoio" à rede Hernández Salas.
As sanções incluem também o Hotel Plaza e o Hotel Las Torres por participarem de "atividades de tráfico de pessoas".
Como resultado das sanções, todos os bens e participações em bens dos sancionados que estão nos Estados Unidos ou que estejam em poder ou sob controle de americanos ficam bloqueados.