Ataques

Grupo ligado ao Estado Islâmico ataca escola em Uganda e deixa dezenas de mortos

Responsáveis por atentado teriam ainda incendiado um dormitório e saqueado uma mercearia

Estado Islâmico - Wikipédia

Um ataque a uma escola no oeste de Uganda realizado por militantes ligados ao grupo jihadista Estado Islâmico deixou 37 mortos, informou o porta-voz do exército de Uganda no sábado. A imprensa local, porém, já aponta que o número chega a 41. O número de vítimas pode crescer ainda mais. No balanço anterior, as autoridades reportavam 25 estudantes mortos.

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— 37 corpos foram encontrados e levados para o necrotério do hospital Bwera — disse o porta-voz do Exército, Felix Kulayigye, em um comunicado, referindo-se à cidade perto de onde ocorreu o ataque.

O porta-voz da polícia local, Fred Enanga, explicou que a milícia ADF (sigla para Forças Democráticas Aliadas), que tem o seu reduto no leste da República Democrática do Congo (RDC), atacou uma escola secundária, “incendiou um dormitório e saqueou uma mercearia”.

— Está confirmado que todos os mortos até agora eram alunos da escola — disse Joe Walusimbi, comissário do distrito de Kasese, onde fica a escola, situada a cerca de 2 km da fronteira.

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O porta-voz da polícia disse que oito vítimas também foram resgatadas com vida, mas que "estão em situação crítica no hospital de Bwera". Vários alunos ainda estão desaparecidos, disse Walusimbi.

O exército e a polícia perseguem os agressores que fugiram em direção ao Parque Nacional de Virunga, localizado do outro lado da fronteira, na República Democrática do Congo, onde estão localizadas as ADF. O porta-voz das Forças de Defesa do Povo de Uganda (forças armadas), Felix Kulayigye, disse que os agressores podem ter sequestrado várias pessoas.

"Nossas forças estão perseguindo o inimigo para resgatar os abduzidos e destruir este grupo", disse Kulayigye em um comunicado.

Recompensa de US$ 5 milhões

A milícia ADF começou como um grupo insurgente em Uganda, de maioria muçulmana, e se estabeleceu no leste da RDC em meados da década de 1990. Desde então, foi acusada de matar milhares de civis. Em 2019, eles juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico, que apresenta os combatentes do ADF como um ramo local na África Central. Eles são acusados de ataques jihadistas na RDC e em solo ugandense.

Este fim de semana não é o primeiro ataque a uma escola em Uganda atribuído ao ADF. Em junho de 1998, 80 estudantes foram queimados vivos em seus dormitórios durante um ataque do ADF ao Instituto Técnico de Kichwamba, perto da fronteira com a RDC. Mais de 100 estudantes foram sequestrados.

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Uganda e a República Democrática do Congo lançaram uma ofensiva conjunta em 2021 para expulsar o ADF de seus redutos congoleses, mas essas operações até agora não conseguiram deter os ataques do grupo.

Os Estados Unidos anunciaram no início de março que ofereceriam uma recompensa de até US$ 5 milhões por qualquer informação que pudesse levar a seu líder, um ugandense de 40 anos chamado Musa Baluku.