José Mucio promete a Lula punir militares que aparecerem nas imagens durante investigação da PF
Ministro da Defesa se reuniu com o presidente da República na sexta-feira, segundo informações da rede de TV CNN
O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e o comandante do Exército, general Thomas Paiva, disseram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante reunião no Palácio do Alvorada, em Brasília, na sexta-feira (16/6), que todos os militares que aparecerem nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre os atos golpistas serão punidos A informação é da rede de TV CNN.
A reunião aconteceu depois que a revista Veja revelou diálogos por mensagem de celular entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, e o coronel Jean Lawand, que trabalha na subchefia de assuntos estratégicos em Brasília, tramando um golpe de Estado.
O ministro José Mucio esclareceu que o coronel não seria mais promovido para uma missão a Washington, nos Estados Unidos. A atividade estava prevista para começar em janeiro do ano de 2024. Ele permanece no Brasil.
Ainda segundo a CNN, Paiva também informou que o coronel não faz parte do Estado-Maior do Exército, no qual só tem assento generais de quatro estrelas. O coronel é amigo de Cid, e foi nessa condição que manteve os diálogos.
De acordo com a rede CNN, o assunto durou apenas 10 minutos de uma hora e meia de conversa entre os três. Segundo fontes da rede de TV, o restante do tempo foi dedicado a discutir investimentos nas Forças Armadas.
A CNN informa ainda ter procurado Mauro Cid para comentar o caso, mas não conseguiu. Também tentou contato com o coronel Lawand. E aguarda respostas
O Centro de Comunicação do Exército divulgou nota sobre a matéria da revista Veja que apontou o diálogo entre Mauro Cid e o coronel Jean Lawand. Veja a nota na íntegra
“Sobre trocas de mensagens entre o Coronel Jean Lawand Junior e o ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Tenente-Coronel Mauro Cid, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que:
Opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força.
Como Instituição de Estado, apartidária, o Exército prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais.
Os fatos recentes somente ratificam e comprovam a atitude legalista do Exército de Caxias.
Eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal.
Na esfera administrativa, as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no âmbito da Força.
Em relação à função do Cel Lawand, citado na matéria da Revista Veja como Subchefe do Estado-Maior do Exército, este Centro esclarece que o referido militar serve no Escritório de Projetos Estratégicos do Estado-Maior do Exército.
Por fim, consciente de sua missão constitucional e do compromisso histórico com a sociedade brasileira, o Exército reafirma sua responsabilidade pela fiel observância dos preceitos legais e preservação dos princípios éticos e valores morais.”