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Presidente uruguaio desiste de transformar águia nazista em pomba da paz; entenda polêmica

Adorno do encouraçado alemão Graf Spee, usado na Segunda Guerra, tem dois metros de altura, pesa 350 kg e foi recuperado em 2006 no Rio da Prata por uma equipe privada

Adorno do encouraçado alemão Graf Spee, usado na Segunda Guerra, tem dois metros de altura, pesa 350 kg e foi recuperado em 2006 no Rio da Prata por uma equipe privada - Alfredo Etchegaray / AFP

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, anunciou, neste domingo (18), a desistência do projeto de transformar em pomba da paz a águia de bronze nazista que adornava o encouraçado alemão Graf Spee, afundado em águas uruguaias em 1939 no início da Segunda Guerra Mundial.

— Uma avassaladora maioria não compartilha desta decisão, e se a gente quer gerar a paz, o primeiro que precisa fazer é gerar união. Claramente não foi isto que aconteceu — explicou o presidente na cidade de Melo, no leste do país, para onde viajou para homenagear uma personalidade local.

Lacalle Pou já informou sua decisão ao escultor uruguaio Pablo Atchugarry, que estava a cargo do projeto.

Após ter sido anunciada na sexta-feira, a iniciativa foi duramente criticada em diferentes meios, do cultural ao político, até mesmo dentro da própria coalizão de governo.

— Foi uma ideia que tivemos há muitos anos, justamente de transformar um símbolo de violência, guerra, em um símbolo da paz e da união — disse o presidente na sexta.

A imponente águia de bronze, com as asas abertas e uma suástica nas garras, medindo 2,8 metros de comprimento por 2 metros de altura e pesando 350 quilos, foi recuperada em 2006 no Rio da Prata por uma equipe privada.

O Almirante Graf Spee atuou junto dos cruzadores britânicos Exeter e Ajax, e do neozelandês Achilles na Batalha do Rio da Prata, um dos primeiros confrontos navais da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que ocorreu em frente à costa uruguaia em 13 de dezembro de 1939.