MORTE DE ATOR

Caso Jeff Machado: mãe do ator vai depor esta semana

Depoimento será feito por meio de videochamada; dono do hostel onde Bruno Rodrigues ficou hospedado durante fuga também deve ser ouvido

Maria das Dores Machado, mãe do ator Jeff Machado - Reprodução/Record

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) irá ouvir, nesta semana, ainda sem data definida, Maria das Dores Machado, de 73 anos, mãe do ator Jeff Machado. De acordo com a Polícia Civil, o depoimento será colhido de forma virtual, por meio de uma videochamada.

A investigação não descarta que uma outra testemunha também precise ser ouvida nos próximos dias: o proprietário do hostel em que Bruno de Souza Rodrigues, principal suspeito do assassinato de Jeff, estava hospedado quando foi preso, na última quinta-feira.

A defesa da família de Jeff — encontrado morto, amarrado dentro de um baú , no último dia 22, depois de estar desaparecido desde o fim de janeiro — informa que aguarda a data do “termo de declaração” de Maria das Dores, que ainda não tinha sido ouvida pela polícia.

— Será por vídeo, por questões de saúde e desgastes, esclarecendo que, tecnicamente, não tem diferença em ser presencial ou não — explica o advogado Jairo Magalhães, que vê como importante que a mãe de Jeff seja ouvida para a “verificação de outros crimes cometidos”.

Por meio de uma petição enviada à delegada Elen Souto, titular da DDPA, no último dia 2, Jairo Magalhães cita o abandono de animais, quando os cachorros de Jeff foram levados para um imóvel no bairro Palmares, na Zona Oeste; a atribuição de uma “falsa identidade” por parte de Bruno, por ter se passado por Jeff e de outras pessoas; assim como “vantagem indevida” de R$ 20 mil por parte de Bruno, produtor de TV, que prometia uma vaga para Jeff numa novela; e a subtração de bens do ator, como cartões, aparelho telefônico e um computador.

Além de Maria das Dores, a polícia não descarta colher o depoimento do dono do hostel em que Bruno de Souza Rodrigues, principal suspeito do assassinato, foi preso. O imóvel conhecido como Laje do Neguinho fica na comunidade do Vidigal, na Zona Sul do Rio, e foi o lugar em que Bruno foi encontrado por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora local na última quinta-feira. Na localidade, apresentou-se como Nathan Silva e pagou R$ 1,2 mil pela estadia, além de R$ 100 pelas chaves.

"Não sabia que o cara era um assassino. O inimigo estava morando ao meu lado", disse José Silva, o Neguinho, ao GLOBO na última quinta-feira, quando explicou que o suspeito se apresentou como produtor e ofereceu ajuda para organizar eventos no local.

Jefferson Machado Costa, de 44 anos, é natural de Araranguá, cidade do interior de Santa Catarina. Morando no Rio de Janeiro, tentava uma oportunidade como ator de novelas, já tendo participado de algumas obras como figurante. Segundo as investigações, ele foi morto em 23 de janeiro.

Seu corpo só viria a ser encontrado em 22 de maio, no terreno de uma quitinete localizada na rua Itueira, em Campo Grande, onde estava amarrado dentro de um baú, que, por sua vez, estava concretado e enterrado.

Além de Bruno, o garoto de programa Jeander Vinicius da Silva também está preso, ambos suspeitos pelo assassinato.