"Não é um ser humano, é um monstro", diz mãe de brasileira morta por ex-namorado na Austrália
Maria Lúcia Muller Haddad se mostrou abalada ao dar depoimento à Justiça durante julgamento de acusado do crime
Maria Lúcia Muller Haddad, mãe da brasileira morta pelo ex-namorado na Austrália, em 2018, se mostrou abalada ao dar depoimento no Tribunal do Júri da Justiça Federal do Rio de Janeiro, onde acontece, nesta terça-feira (20), o julgamento de Mário Marcelo Santoro. Ele é acusado de ter matado a administradora de empresas Cecília Haddad em Sidney, há cinco anos.
— Espero que acabe essa história de Justiça e que a gente tenha notícia de que vai conseguir pena máxima. Ele não é um ser humano, é um monstro. Para quê (soltar)? É um perigo ficar solto na rua. Vai fazer de novo a mesma coisa com outra pessoa. Ele é muito perigoso — disse Maria Lúcia.
De acordo com investigações, o engenheiro teria asfixiado Cecília em casa e jogado seu corpo no rio Lane Cove, em Sidney. Testemunhas, entre elas o sargento John Edward, detetive do Esquadrão de Homicídios da região onde o crime aconteceu, declarou que ouviu de moradores que o acusado e a vítima tinham passado por um rompimento. Com isso, a polícia brasileira aponta crime de feminicídio e homicídio qualificado. João Haddad, irmão da vítima, disse crer que o acusado tem se utilizado de estratégias para adiar o processo:
— A gente acredita na Justiça brasileira e que ele vai pegar pena máxima, que nunca mais saia da cadeia. Foi um crime brutal, extremamente covarde. Inclusive, no último julgamento, de janeiro, ele demonstrou covardia completa porque demitiu o advogado na véspera para conseguir anular. Eu acho que foi estratégia. Ele não é um ser humano, é um monstro covarde.
Entenda o caso
Cecília Haddad foi morta em 28 de abril de 2018 e teve o corpo jogado no rio Lane Cove, em Sidney. Testemunhas afirmaram à polícia que a administradora de empresas e o engenheiro tinham tido um relacionamento e que ela não queria continuar com ele.
De acordo com um documento apresentado no Tribunal do Júri, Mario Marcelo dos Santos Santoro é acusado de homicídio qualificado, já que Cecília Haddad sofreu lesões corporais por motivo torpe (não aceitação pelo denunciado da livre vontade da vítima, que optou pelo término do relacionamento) e com asfixia (esganadura). E ainda porque ela era uma mulher vítima de violência doméstica e familiar. O documento destaca ainda que o acusado teria ocultado o cadáver da vítima, para garantir que o crime ficasse impune.