SEGURANÇA PRESIDENCIAL

Cúpula da PF diz não ter sido informada sobre definição de que GSI comandará segurança de Lula

Ministro da Casa Civil afirma que será montado um modelo híbrido

Lula dá posse ao general Marcos Amaro como ministro do GSI - Ricardo Stuckert / Presidência da República

A cúpula da Polícia Federal afirma não ter sido informada sobre a definição de que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ficará responsável pela segurança do presidente Lula, como afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta terça-feira. GSI e PF disputam o comando da proteção do chefe do Executivo.

— O GSI quem vai fazer (a segurança presidencial). O presidente terá a liberdade de convidar quem ele entender que deve compor, independente de ser policial federal, policial militar, ou membros das Forças Armadas. Será montado um modelo híbrido, mas sob coordenação do GSI — disse Rui Costa na saída do almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), em Brasília.

Desde janeiro o trabalho é coordenado pela Polícia Federal por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata. A estrutura tem prazo para funcionar até 30 de junho. Policiais federais afirmam não saber qual é o "modelo híbrido" que será adotado para a segurança presidencial e nem terem entendido a afirmação de Costa.

Em meio à disputa com a PF, o ministro do GSI, general Marcos Amaro, passou a sugerir que os agentes da PF que fazem a proteção de Lula e Geraldo Alckmin sejam absorvidos pela estrutura do órgão. Integrantes da cúpula da Polícia Federal, no entanto, afirmam que não há nenhuma possibilidade do objetivo prosperar. Na avaliação da instituição, essa alternativa não está nem em discussão por rejeitarem a ideia de que policiais federais estejam subordinados ao comando militar. A leitura da cúpula da instituição é de que é um retrocesso entregar aos militares a proteção do presidente e do vice.

Atualmente, a segurança de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin não tem um comando único. É dividida em três camadas: a imediata é comandada pela PF, por meio de uma secretaria extraordinária, enquanto as camadas de segurança aproximada e afastada — em eventos e viagens — ficam com o GSI.

A estrutura comandada pela PF responde ao chefe de gabinete do presidente, Marco Aurélio Ribeiro, e possui mais de 400 policiais, a maioria vindos da PF, mas também há integrantes da Força Nacional, das Forças Armadas, Polícias Militares e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).