De quantos votos Zanin precisa para ser aprovado em sabatina para ministro do STF?
Escolha é decidida por maioria simples no plenário do Senado
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin será sabatinado no Senado Federal nesta quarta-feira (21). Após o escrutínio pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele será submetido a uma votação no plenário, onde é necessária maioria simples — 41 dos 81 parlamentares, portanto — para a aprovação.
O Senado é composto por três senadores de cada um dos 26 estados e do Distrito Federal, totalizando seus 81 componentes. Antes, haverá também uma votação na própria CCJ, que tem 27 membros — o resultado, no entanto, será submetido ao plenário independentemente deste primeiro placar.
De acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), as duas votações acontecerão no mesmo dia. Ambas as escolhas são feitas a partir de voto secreto.
Um levantamento feito pelo Globo no fim da semana passada mostrava que, àquela altura, Zanin já tinha a anuência anunciada de 41 senadores — justamente o número necessário para a aprovação. Na ocasião, 31 senadores não quiseram antecipar seus votos, e apenas oito se declararam contrários à nomeação. Um parlamentar não deve comparecer à sessão — o senador Marcos Pontes (PL-SP) estará de licença médica para uma cirurgia agendada.
Apesar da expectativa dos votos, o advogado conta com o histórico da Casa e a "prévia" dos parlamentares que se dizem favoráveis ao advogado. Ao Globo, 41 senadores já disseram que votarão "sim" — o mínimo necessário para ser aprovado.
Histórico
Há 129 anos, todas as indicações de presidentes da República para uma cadeira no Supremo são aprovadas. Da atual composição, o ministro André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro e último a sentar na cadeira da Corte, foi quem teve a votação mais apertada: 47 votos a 32, apenas seis a mais que o mínimo necessário. Na CCJ, o placar foi de 18 votos a 9.
Estratégia
Para angariar votos, Cristiano Zanin esteve com cerca de 70 senadores em visitas a gabinetes, almoços e jantares ao longo da última semana. A jornada rendeu frutos, e o advogado conseguiu avançar no apoio para sua aprovação com parlamentares mais resistentes ao seu nome, como evangélicos e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que inclusive deu aval para sua sigla, o PL, liberar a bancada para que cada um dos 12 senadores da legenda votasse de acordo com sua vontade.
Veja como cada senador pretendia votar até o fim da última semana:
Sim - 41 votos
Ana Paula Lobato (PSB-MA)
Ângelo Coronel (PSD-BA)
Augusta Brito (PT-CE)
Beto Faro (PT-PA)
Carlos Portinho (PL-RJ)
Chico Rodrigues (PSB-RR)
Cid Gomes (PDT-CE)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Confucio Moura (MDB-RO)
Daniella Ribeiro (PSD-PB)
Davi Alcolumbre (União-AP)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Eliziane Gama (PSD-MA)
Fabiano Contarato (PT-ES)
Fernando Farias (MDB-AL)
Giordano (MDB-SP)
Humberto Costa (PT-PE)
Ivete Da Silveira (MDB-SC)
Jader Barbalho (MDB-PA)
Jaques Wagner (PT-BA)
Jayme Campos (União-MT)
Jorge Kajuru (PSB-GO)
Jussara Lima (PSD-PI)
Laércio (PP-SE)
Lucas Barreto (PSD-AP)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Margareth Buzetti (PSD-MT)
Mecias De Jesus (Republicanos-RR)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Plínio Valerio (PSDB-AM)
Randolfe (Sem partido-AP)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Sergio Petecão (PSD-AC)
Teresa Leitão (PT-PE)
Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
Veneziano Vital Do Rego (MDB-PB)
Weverton (PDT-MA)
Zenaide Maia (PSD-RN)
Não - 8 votos
Carlos Viana (PODEMOS-MG)
Cleitinho (REPUBLICANOS-MG)
Eduardo Girão (Novo-CE)
Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
Magno Malta (PL-ES)
Marcos Do Val (Podemos-ES)
Sergio Moro (União-PR)
Não declarou ou indeciso - 30
Alan Rick (União-AC)
Alessandro Vieira (PSDB-SE)
Damares Alves (Republicanos-DF)
Dorinha (União-TO)
Eduardo Gomes (PL-TO)
Efraim Filho (União-PB)
Esperidião Amin (PP-SC)
Fernando Dueire (MDB-PE)
Flávio Arns (PSB-PR)
Flavio Bolsonaro (PL-RJ)
Hiran (PP-RR)
Irajá (PSD-TO)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Jaime Bagattoli (PL-RO)
Jorge Seif (PL-SC)
Leila Barros (PDT-DF)
Mara Gabrilli (PSD-SP)
Marcos Pontes (PL-SP)
Marcos Rogério (PL-RO)
Nelsinho Trad Filho (PSD-MS)
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
Rodrigo Cunha (Podemos-AL)
Rogerio Marinho (PL-RN)
Romário (PL-RJ)
Soraya Thronicke (União-MS)
Styvenson Valentim (PODEMOS-RN)
Tereza Cristina (PP-MS)
Wellington Fagundes (PL-MT)
Wilder Morais (PL-GO)
Zequinha Marinho (PODEMOS-PA)