Gripe, resfriados e doenças respiratórias: saiba como manter a imunidade no inverno
No período, as temperaturas diminuem e a umidade do ar aumenta, assim como a exposição a doenças infecciosas
Com o começo do inverno nesta quarta-feira (21), a gripe, os resfriados e as doenças respiratórias se tornam mais comuns. Na busca por imunidade durante a estação, que segue até 23 de setembro, alguns hábitos e alimentos podem ser aliados para se blindar de possíveis adoecimentos.
No período, as temperaturas diminuem e a umidade do ar aumenta, assim como a exposição a doenças infecciosas, principalmente durante momentos de aglomeração, como nos eventos tradicionais da época, devido ao São João.
Segundo o pneumologista Isaac Secundo, que atua no Hospital Otávio de Freitas e no Real Instituto do Pulmão, esses elementos, aliados à fumaça de fogueiras, podem intensificar tosse, asma, secreções nasais, cansaço, falta de ar e rinite, por exemplo.
"Em alguns casos, o que a gente tem é um processo alérgico que pode ser uma porta de entrada para doenças infecciosas, mais especificamente pela questão das fogueiras. Quem é alérgico sofre muito. A própria umidade, chuva, mudança de clima repentina também intensificam essas doenças", informou Isaac Secundo.
No combate à gripe, por exemplo, que é uma doença infecciosa, as vacinas são sempre bem-vindas, assim como reforçou o especialista, que também citou alguns imunizantes disponíveis para a população.
"A vacina não vai evitar toda e qualquer gripe ou infecção. Ela vai evitar as principais, aquelas que internam. Por exemplo, H1N1 a gente sabe que é uma gripe muito forte. Influenza A é muito forte. Influenza B é muito forte. E contra essas doenças, temos vacinas", argumentou.
Apesar de sazonal, a gripe também pode evoluir para um quadro grave e deve ser acompanhada com maior atenção em pessoas com comorbidades. Aqueles que possuem pressão alta, diabetes, doenças pulmonares, cardiológicas, problemas neurológicos e até mesmo fumantes ou ex-fumantes, devem ficar atentos.
"São pacientes que a gente tem que fazer uma avaliação médica neles, dependendo da intensidade dessa gripe. Em domicílio, você pode tomar bastante líquido, eventualmente, fazer medicação para dor e febre, mas, se isso persistir depois de cinco dias, tem que ter acompanhamento médico", afirmou o pneumologista.
A indicação do especialista para o público com evolução de febre e/ou tosse com secreção esverdeada ou amarelada é procurar uma emergência. Aqueles com doenças pré-existentes e sintomas leves, a recomendação é buscar tratamento e manter a higiene nasal e das mãos.
Alimentos como aliados
De acordo com a nutricionista Sâmia Carvalho, o organismo humano possui células do sistema imune, que protegem o corpo contra agentes externos, a exemplo de vírus e bactérias. Para tais células funcionarem corretamente, elas precisam ser nutridas com o aporte de vitaminas e minerais.
"Manter uma alimentação equilibrada e variada é o ideal para atingir a quantidade de nutrientes necessários, com leguminosas, cereais, sementes, oleaginosas, frutas e legumes. Estes últimos normalmente são os mais difíceis de serem consumidos e são de extrema importância", afirmou a nutricionista.
Segundo Sâmia, a ingestão de três a cinco porções de frutas e legumes por dia é ideal para aumentar a imunidade. Entre os com maior concentração de vitamina C, por exemplo, estão acerola, goiaba, laranja, limão, abacaxi e kiwi.
"Acrescentando algumas castanhas e sementes, contemplaria as necessidades de vitaminas e minerais. Estes alimentos são ricos em nutrientes importantíssimos para as reações do nosso organismo, para permitir que o sistema imune trabalhe perfeitamente nos mecanismos de reação contra os patógenos", informou Sâmia Carvalho.
Limão e alho ajudam na imunidade
Além dos alimentos já informados, a nutricionista Sâmia Carvalho destacou que o limão é rico em vitamina C e o alho, em alicina, um composto com propriedades antifúngicas e anti-inflamatórias, que ajudam na imunidade.
"Um chá de limão com alho pode ser uma boa pedida para ajudar na imunidade, mas lembrando que ela é adquirida através da rotina diária e dos hábitos de sempre. Não há um alimento especifico com o poder de aumentar a imunidade e, sim, uma boa alimentação e um estilo de vida equilibrado", reforçou Sâmia.
A especialista ressalta que o estresse exacerbado, noites mal dormidas, a falta de atividades físicas, além da má alimentação também podem modificar o equilíbrio do organismo e afetar a imunidade.
"Organizar a rotina, incluir exercícios físicos diariamente, ter um cardápio variado com frutas e legumes, dormir bem e manejar o estresse, tomar sol e ter contato com a natureza favorece o bom funcionamento do sistema imunológico. Importante frisar, também, a necessidade de vacinar-se e de manter a caderneta de vacinação em dia", disse a nutricionista.