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Saiba como funciona o equipamento que pode resgatar submarino do fundo do mar

Envio do FADOSS foi confirmado pela Marinha americana; dispositivo já retirou helicóptero e caça F-35 de profundidades semelhantes ao naufrágio do Titanic

O Flyaway Deep Ocean Salvage System (FADOSS), da Marinha americana. Equipamento deve ser utilizado para tentar resgatar submarino desaparecido em expedição ao Titanic - Divulgação / Marinha dos EUA / via AFP

Os governos dos Estados Unidos e Canadá mobilizaram equipamentos de alta tecnologia nos esforços para resgatar os cinco tripulantes do submarino Titan, da empresa OceanGate, desaparecido desde domingo quando partiu em uma descida de 3,8 mil metros rumo ao naufrágio do Titanic, no Atlântico Norte.

A Marinha americana confirmou, por exemplo, o envio do seu Sistema Flyaway de Salvamento em Oceano Profundo (FADOSS, na sigla em inglês) para a área de buscas.

Associado a veículos submarinos operados remotamente esse equipamento já foi capaz de içar um caça F-35 do fundo do Mar do Sul da China, a uma profundidade de 3.780 metros, em 2022. No ano anterior, um helicóptero foi retirado do litoral japonês também com auxílio do FADOSS, dessa vez 5,8 mil metros abaixo da superfície.

De acordo com a Marinha americana, o FADOSS é um equipamento portátil capaz de içar até 27 toneladas. O submersível Titan, por sua vez, pesa 11 toneladas, sendo o suficiente para ser levado para a superfície caso encontrado.

Veículos submarinos operados remotamente (ROV, na sigla em inglês) podem ser usados associados ao sistema de içamento. É o caso do CURV-21, equipado com tecnologias de ponta, como câmeras de alta resolução e sonares. Em 2022, na operação de resgate do F-35 que naufragou no Pacífico, foi esse robô da Marinha dos EUA que acoplou o caça ao FADOSS, permitindo que ele fosse levado novamente a superfície.

Sozinho, o CURV-21, que tem cerca de 2,4 metros de comprimento, não seria capaz de resgatar submarinos e aeronaves, já que sua capacidade é de apenas 2 toneladas.
 

As estimativas das autoridades apontam que a reserva de oxigênio disponível no Titan deve durar apenas até a manhã desta quinta-feira. Não se sabe ainda o que pode ter ocorrido com o veículo.

Vários navios e aviões, principalmente americanos e canadenses, participam da corrida contra o tempo para tentar resgatar os tripulantes. Embarcações francesas e norueguesas, também equipadas com veículos capazes de de descerem até o fundo do oceano, também se encontram na imensa área de buscas, de 26 mil km².

É o caso do Deep Energy, fabricado pela empresa Technip, capaz de lançar tubos e cabos em profundidades de até 3 mil metros e equipado com dois ROVs. Ao menos um dos submersíveis da empresa teria sido empregado já nesta terça, segundo a emissora britânica BBC.

Outra embarcação no local é a norueguesa Skandi Vinland. Assim como o Deep Energy, ela também colocou em uso dois ROVs para ajudar nos esforços de busca.

Sons detectados e esperança pelo resgate
Um especialista em busca e resgate de submarinos disse que os sons de batidas identificados na área de busca do submersível Titan, aumentam a esperança de encontrar os cinco tripulantes. O ex-comandante de submarinos na Austrália Frank Owen afirmou à rede britânica BBC que a sua "confiança" nos trabalhos de busca "aumentou em uma ordem de magnitude" quando soube das novas pistas coletadas por detectores de som flutuantes.

Isso porque, segundo o especialista, os sons de batidas podem ser fruto de um protocolo de emergência possivelmente ativado pelos tripulantes e podem sinalizar que o submarino não está numa área tão profunda como se temia.

— Em primeiro lugar, a bordo desta embarcação está um mergulhador aposentado da marinha francesa. Ele conheceria o protocolo para tentar alertar as forças de busca... A cada meia hora você bate como o diabo [nas laterais do submarino] por três minutos — afirmou Owen.