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Medidas tomadas pela tripulação podem ter estendido duração de oxigênio no submarino desaparecido

Especialistas apontam larga experiência de dois tripulantes que estão no submersível Titan. Tempo é curto, e o ar respirável deve acabar na manhã desta quinta (22)

Submarino que realizava uma expedição até os destroços do Titanic desapareceu nesta segunda-feira - Divulgação

Apesar de as estimativas divulgadas pela Guarda Costeira dos Estados Unidos apontarem que a reserva de oxigênio de 96 horas disponíveis no submersível Titan — desaparecido desde domingo (18) após iniciar expedição rumo aos destroços do Titanic — deve ter acabado por volta das 7h desta quinta-feira, é possível que os cinco tripulantes consigam estender este tempo. Alguns especialistas no assunto apontam que a projeção é imprecisa, e algumas medidas tomadas pelos passageiros podem conservar o ar respirável em seu interior.

Enquanto não se sabe se eles conseguiram sobreviver dentro da embarcação, restam algumas possibilidades. Frank Owen, especialista em busca e salvamentos de submarinos ouvido pela AP, afirmou que esta duração do oxigênio é teórica e baseada apenas em uma "quantidade nominal de consumo".

Owen ainda lembrou que Paul-Henri Nargeoletntre, o mergulhador e ex-comandante da Marinha francesa que está a bordo, tem condições de aconselhar o restante da tripulação a "adotar estratégias para reduzir seus níveis metabólicos e estender o tempo de oxigênio", o que aconteceria pela redução do consumo.

Além disso, Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate também tem larga experiência em expedições. Os outros três homens que estão a bordo são o empresário paquistanês e seu filho, Shahzada e Sulaiman Dawood, e o bilionário britânico Hamish Harding.

Já Oisin Fanning, que, segundo o New York Times, fez dois mergulhos em alto mar no Titan no verão passado, afirmou que a chance de sobrevivência nas condições atuais pode depender da calma e que os tripulantes evitem uma respiração em pânico, que consumiria mais oxigênio. Os dois homens mais experientes no submersível estariam cientes das maneiras de economizar o ar, e saberiam fazer uso dos purificadores da embarcação, que absorvem o dióxido de carbono do ar.

"Muito depende das pessoas lá embaixo. Eles estão respirando rapidamente? Não consigo imaginar que estejam muito em pânico, certamente não esses dois (Rush e Nargeoletntre)", afirmou Fanning, que acrescenta que ambos saberiam que levaria vários dias para um navio de resgate chegar ao submersível.

Buscas seguem na área
Uma flotilha de aviões e embarcações especializadas participam das buscas pelo submersível turístico desaparecido no Atlântico Norte com cinco pessoas a bordo. As equipes correm contra o tempo para localizar o submarino Titan, cujas reservas de oxigênio vão se esgotando. Os esforços de salvamento são integrados por aviões de detecção de submarinos, robôs controlados remotamente (ROV) e equipamentos de escuta por sonar para ajudar a rastrear essa parte do oceano à procura do submarino, que pretendia visitar os destroços do naufrágio do transatlântico britânico Titanic.

Área de busca ampliada
Em coletiva cedida ontem, a Guarda Costeira americana anunciou que a área vasculhada por navios e aeronaves americanos e canadenses passou para de 26 mil km². Até a terça-feira, ela era de 14 mil km². Além disso, a profundidade das buscas aumentou para 4 km. Os fatos da localização ser distante da costa, o clima estar sofrendo mudanças e haver ação das correntes do mar, estão influenciando nas estratégias.

"Temos que nos manter otimistas e esperançosos quando estamos em um caso de busca e resgate", declarou o Capitão Jamie Frederick, em declarações a jornalistas em Boston.

Porém, ainda não se sabe a localização exata da embarcação, o que não permite às equipes de calcular com precisão como utilizar os equipamentos na execução do resgate, para trazer o Titan à superfície. É uma corrida contra o tempo para encontrá-lo antes que o oxigênio da tripulação acabe.