Justiça

'Golpe não tem papel, tem fuzil', diz Bolsonaro ao negar conhecer minuta achada na casa de Anderson

Ex-presidente disse não saber motivo pelo qual julgamento do TSE foi adiado

O ex-presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores a caminho do aeroporto Salgado Filho após cumprir sua agenda política em Porto Alegre - Silvio Avila/AFP

Na entrada da Transposul, evento promovido pelo setor de transporte e logística que ocorre essa semana na capital gaúcha, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse não saber o motivo da prorrogação do julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que pode determinar sua inelegibilidade.

Estava marcada para hoje a análise da ação movida pelo PDT diante dos questionamentos feitos por Bolsonaro ao processo eleitoral, sem apresentar provas, em uma reunião com embaixadores. O político aproveitou a oportunidade para desmentir as acusações de golpe.

— Não tive conhecimento (da minuta de golpe encontra

da na casa do ex-ministro Anderson Torres). Não existe golpe com respaldo jurídico. Golpe é pé na porta e arma na cara, meu deus do céu. Golpe tem que depor alguém. (Artigo) 142, GLO, tudo isso são remédios previstos na Constituição. (…) Golpe não tem papel, tem fuzil. Dá pra entender isso? Existem mais de 300 pessoas presas em Brasília ainda. A maioria, 95%, cidadãos de bem. Quem depredou não foi pessoal do acampamento, foi quem veio de fora — questionou.

Bolsonaro disse esperar que o Tribunal siga a "jurisprudência de 2017”, em referência ao julgamento que absolveu da cassação a chapa Dilma-Temer, em 2017. Na época, o TSE rejeitou o pedido por entender que o processo extrapolou o que havia inicialmente na ação.

— Eu continuo vivo. Pretendo colaborar com o meu País, de uma forma ou de outra. Continuo sendo o ex mais querido do Brasil — disse Bolsonaro ao ser questionado se abandona a vida pública caso se torne inelegível.