Costa italiana está repleta de superiates, mas embarcações estão proibidas de atracar em Nápoles
Bernard Arnault, o segundo homem mais rico do mundo, está entre os que ficaram de fora de nova regra do Porto de Mergellina, diz o The Guardian
A costa da Itália tem neste momento mais superiates do que qualquer outra localidade no mundo, e tirando pelas manchetes mais recentes sobre Jeff Bezos, o fundador da Amazon, e o ator Leonardo DiCaprio, é seguro afirmar que o verão estão bombando para as grandes fortunas mundiais.
Com 123 metros de comprimento, o Golden Odyssey, que foi leiloado em 2022 após ter pertencido ao príncipe saudita Khaled bin Sultan al Saud, figurava como o maior superiate visitando águas italianas, seguido do Lady Jorgia, do bilionário canadense Patrick Dovigi, com 378 pés.
Mas as águas não estão mansas para essas superembarcações. Bernard Arnault, por exemplo, à frente do grupo LVHM — dono de marcas como Louis Vuitton, Christian Dior e Tiffany —, segunda maior fortuna do mundo, foi impedido de atracar no Porto de Mergellina, em Nápoles, com seu Symphony, informou o The Guardian.
O superiate do bilionário, que conta com piscina com fundo de vidro e cinema externo, ficou de fora do porto devido a uma nova lei adotada em Nápoles e que impede que embarcações com mais de 75 metros de comprimento atraquem no local, informou o jornal.
Medida é questionada
A medida é justificada por razões de segurança. Uma pessoa no porto, contudo, ouvida pelo The Guardian, argumenta que esses superiates atracam em Nápoles há mais de duas décadas, trazendo visitantes que deram um brilho a uma localidade que acaba sendo notícia por eventos negativos.
Questionamentos vindos de bilionários que previamente já ancoraram em Mergellina já chegam ao porto, reforçando que a medida bane os grandes iates que levam dinheiro e emprego à região.
Costanzo Jannotti Pecci, presidente da Unione Industriali de Nápoles, sustenta que há consequências, segundo o The Guardian citando o jornal Il Postino. Para Pecci, a sensação é de que superiates não podem ir a Nápoles, como se houvesse desconhecimento do quanto bilionários podem desfrutar da cidade, ampliando a fama local.
Já o gerente de um píer em Mergellina, Massimo Luise, apontou repercussão econômica relevante em consequência da nova medida.
“É uma pena para Nápoles, uma cidade especial e cheia de cultura e tradição, que não pode mais receber hóspedes do calibre de Leonardo DiCaprio, Johnny Deep, Jeff Bezos e Jennifer Lopez, que vêm aqui há anos”, disse ele ao The Guardian.
Ainda assim, os ricos e famosos seguem navegando pela costa da Itália.
Mais iates neste verão europeu
Entre os maiores iates naquelas águas, o topo do ranking deveria estar com um iate de 144 metros de comprimento e ligado a Andrey Igorevich Melnichenko, mas é agora de propriedade de um fundo independente, segundo um porta-voz do bilionário russo. O iate tem preço tem um custo mensal de 900 mil libras (R$ 5,5 milhões) para manutenção quando está ancorado, sob os cuidados de uma tripulação de 20 pessoas.
Os 259 iates contados no litoral da Itália na última sexta-feira eram mais que o dobro do registrado há três meses, após muitas embarcações terem concluído sua travessia do Atlântico vindas de Estados Unidos e Caribe, em abril, a tempo de aproveitar a temporada no Mediterrâneo.
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O Grand Prix de Mônca e o Festival de Cinema de Cannes, na França, atraíram donos de grandes fortunas, e seus barcos ainda não foram embora.
O número de iates subiu em quase todos os países mediterrâneos, com a Grécia recebendo 235; França com 217; Espanha com 150, Turquia com 94, enquanto nos EUA a conta recuou a 159, segundo dados da Bloomberg, IHS Markit and Genscape.
No início da semana passada, Bezos foi visto em Portofino a bordo de seu novo iate Koru, enquanto DiCaprio passou algum tempo com a família em um iate na costa amalfitana.