Congresso Nacional

CPI do 8 de Janeiro: coronel Naime recua e presta depoimento

Naime havia prestado atestado médico, mas decidiu participar da CPI mista

Coronel Jorge Eduardo Naime - Polícia Militar do Distrito Federal

O coronel Jorge Eduardo Naime decidiu comparecer à CPI do 8 de Janeiro, do Congresso. A presença dele acontece depois de ter tentado se ausentar e apresentar um atestado médico à comissão. Naime havia informado à relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que estava com depressão.

Ele era comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) e está preso devido à suspeita de negligência em sua atuação nos atos golpistas.

O coronel foi preso em fevereiro pela Operação Lesa Pátria da PF que investiga os eventos de 8 de janeiro. O coronel saiu de folga poucos dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro e é investigado por participação nos eventos. A primeira pergunta da relatora foi justamente sobre o atestado.

– Quando a gente está na situação de preso, qualquer situação que a gente sofre na nossa rotina acarreta alterações mentais. O médico me consultou ontem, onde me encontro detido, e hoje a intenção é que essa minha rotina não fosse alterada porque sabe o que isso acarreta na minha condição de saúde mental. Mas eu já havia sido conduzido para o Congresso, já estava aqui, já havia sido alterada minha rotina e como não tenho nada que não possa declarar perante a essa comissão, eu espontaneamente dedidi vir, mesmo não estando na minha melhor performance emocional – justificou Naime.

A relatora pretende interrogar Naime sobre os acontecimentos do dia 12 de dezembro de 2022, quando manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) no Distrito Federal e depredaram os arredores do edifício. No seu requerimento, a senadora afirma que o coronel poderá trazer informações “de grande valia” para o trabalho da CPMI.

No dia, os apoiadores radicais do então presidente Jair Bolsonaro deflagraram uma série de atos de vandalismo no centro de Brasília. Carros e ônibus foram danificados e incendiados e houve confronto com a PM

O ataque à sede da PF, e os atos de vandalismo, ocorreram após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro.