BRASIL

BC divulga Ata do Copom nesta terça (27). Entenda o por que da expectativa pelo comunicado

Após reunião em que a Selic foi mantida 13,75% ao ano, governo e mercado esperam sinalização sobre corte de juros

Sede do Banco Central, em Brasília - Andressa Anholete

O Banco Central (BC) divulga nesta terça-feira (27) a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidiu manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida. O comunicado divulgado após a reunião, na semana passada, decepcionou integrantes do governo e a expectativa é que na Ata o BC dê uma sinalização mais clara sobre o tão esperado corte de juros.

A equipe econômica argumenta que houve melhoria dos indicadores de inflação, com queda das expectativas. Cita ainda o avanço do arcabouço fiscal no Congresso, além da melhora da perspectiva de nota de risco do Brasil pela S&P.

No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9%. Por outro lado, estimativas de inflação, medidas pelo Boletim Focus, baixou de 5,71% há um mês para 5,06% neste ano e de 4,13% para 3,98% de 2024.

Segundo interlocutores, a falta de sinalização em relação à possibilidade de queda dos juros tem gerado um incômodo cada vez mais entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Isso sem falar da última declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que Roberto Campos Neto "joga contra a economia brasileira".

Na visão da equipe econômica, a melhora dos indicadores econômicos também é reflexo das medidas adotadas pelo governo desde o início do ano.
 

No comunicado divulgado a semana passada, o BC alegou que a conjuntura atual "segue demandando cautela e parcimônia", sem sinalização clara de corte nos juros na próxima reunião. Ao contrário, o Comitê pede "´paciência e serenidade".

"O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária."

Além do governo, a manutenção da Selic dividiu o mercado. Analistas no mercado futuro davam como certa a queda da Selic em agosto. Depois do comunicado, o mercado se dividiu, embora uma parte considerável dos investidores continue apostando em uma redução, nem que seja de 0,25%.

Quem aposta na queda lembra que o BC retirou do texto o trecho em que dizia que poderia subir os juros. Isso já significaria um sinal de que o Banco Central iniciou o ciclo de relaxamento monetário.