Lula lança plano safra e valores devem ser recordes para tentar se aproximar do agronegócio
Total liberado em 2022 foi de R$ 340 milhões. Recursos podem chegar a R$ 430 bilhões
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança, na manhã desta terça-feira (27), o Plano Safra 2023/2024, tendo como foco a produção sustentável de alimentos e a agropecuária com baixa emissão de carbono. A expectativa é que poderão ser anunciados até R$ 430 bilhões para os agricultores. Se confirmado, será o mais alto valor já concedido ao setor.
Segundo um interlocutor do governo, os recursos que serão anunciados mostram que há um esforço grande da parte do Palácio do Planalto em se aproximar do agronegócio — boa parte apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os principais pontos do Plano Safra foram discutidos, na segunda-feira, em uma reunião entre os ministros da Fazenda ,Fernando Haddad, da Agricultura,Carlos Fávaro, do Meio Ambiente ,Marina Silva, e do Desenvolvimento Agrário ,Paulo Teixeira, e integrantes da Frente Parlamentar de Agricultura (FPA). Um dos participantes do encontro, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), disse esperar um plano robusto, mas reclamou das altas taxas de juros.
— A FPA reforçou a proposta de que o volume de recursos que possibilite o agro a voltar a se financiar para custear e investir na safra, com taxas de juros compatíveis para desenvolver a atividade. Há muita preocupação com os juros elevados. Precisamos de um plano robusto — disse o parlamentar.
Jardim lembrou que o total anunciado no ano passado foi de R$ 340 bilhões. O deputado disse ainda que, além dos recursos para plantio e comercialização, o setor pede mais dinheiro para o seguro rural e o armazenamento de grãos. E elogiou a possibilidade de o governo dar taxas diferenciadas para quem tem boas práticas ambientais.
Já o deputado Evair de Melo (PP-ES) disse estar preocupado com o agronegócio brasileiro. Segundo ele, há um clima de insegurança entre os produtores.
— Não há nenhuma 'bondade' no plano safra. Agricultura é negócio a céu aberto e agricultor não tem contracheque. Esse gigante do agro que o Brasil se tornou é fruto de trabalho, ciência e muita teimosia. O plano safra é um oxigênio necessário para programar a partir das suas condições o tamanho da área que ser plantada e o nível de novos investimentos. Infelizmente as condições políticas e as incertezas do Brasil atual não dão muitas esperanças para nossos agricultores — disse Melo.