Rio de Janeiro

"Ele é o nosso super-herói", diz mãe sobre o filho de 8 anos que saiu do coma após 16 dias

Guilherme Gandra recebe alta nesta terça-feira (27), após longo período de internação. Vídeo de reencontro dele com a mãe, Tayane Gandra, tem milhões de visualizações

O reencontro de mãe e filho, Tayane e Guilherme, após o menino acordar do coma depois de 16 dias - Reprodução

Um vídeo emocionante registrou o reencontro entre mãe e filho. Depois de acordar de um coma de 16 dias, o momento do reencontro entre Guilherme Gandra Moura, de 8 anos, e a mãe, Tayane Gandra, emocinou milhões de pessoas. Nas imagens que viralizaram, ele celebra a chegada da mãe ao quarto de hospital onde está há 22 dias. A rotina que inspira cuidados por ter uma condição genética autoimune não ofusca o bom-humor e a alegria do pequeno paciente, tido como um herói por parentes, amigos e os novos milhões de conhecidos.

"Ele é o nosso super-herói. Está sempre para cima, salvando o nosso dia, como a própria diretora da escola fala, que quem salva o dia da gente é ele. Então, ele nos dá força, ele faz com que a gente acredite que tudo pode ser melhor, porque mesmo com tudo o que ele passa, mesmo com todas as limitações, as dores, ele está sempre sorrindo e querendo viver. E agora mais ainda, querendo sair daqui, depois de 22 dias internado, querendo ir para casa para ficar com o tão sonhado irmã —" disse Tayane, ao lado do filho, durante uma videochamada para o programa 'Encontro', da TV Globo.

Mãe e filho participaram lado a lado, ainda da cama de hospital, do programa para falar como tem sido os cuidados durante a internação, a 23ª, desta vez ocasionada pela evolução de um resfriado para pneumonia. Com epidermólise bolhosa desde o nascimento, o cuidado com Guilherme é redobrado, uma vez que a doença, que não tem cura e não é transmissível, provoca graves ferimentos na pele.

Animado ao faltar poucas horas para a alta médica, após 22 dias de internação no hospital, Gui destacou que sente saudades do irmão, que tem 14 anos, e das brincadeiras que compartilham. A favorita é jogar videogame.

— E quem é que ganha nesse jogo? — perguntou a apresentadora Patricia Poeta.

O pequeno paciente logo respondeu:

— Eu!

No vídeo compartilhado por Tayane em seu perfil em redes sociais, que ultrapassa 50 milhões de visualizações, ela aparece apressada pelo corredor do hospital, rumo ao quarto onde o filho está. Depois de 16 dias em coma induzido, ele despertara. A mãe do menino falou da emoção desse reencontro:

"Saudade, muita saudade. Queria apertar, embora não possa, porque ele é frágil. Apertar ele, ficar agarrada. Foi um sentimento de gratidão. Essa é a palavra: gratidão. Todo o caminho que eu fiz até aqui o hospital, todo o caminho eu vim agradecendo a Deus. Eu só conseguia agradecer a Deus. Porque sabia que ia acontecer, que ele ia ser instituído desse quadro que ele estava. Só que, quando aconteceu, foi um sentimento de gratidão a Deus que ele cumpriu o que me prometeu. Ele trouxe o meu filho à vida. Eu não tenho palavras para agradecer ao meu Deus por tudo o que fez pelo meu filho."

Guilherme nasceu com epidermólise bolhosa, uma condição genética rara e autoimune que provoca graves ferimentos na pele. Por isso, necessita de muitos cuidados, pois qualquer interação física mais forte pode provocar ferimentos nele.

Festa para recepção
O dia será de comemoração. Parentes e amigos esperam a chegada de Gui com uma festa no condomínio onde mora com a mãe e o irmão, de 14 anos, em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Além dos amiguinhos da escola e do condomínio, familiares e vizinhos foram convidados para celebrar a tão aguardada alta médica, prevista para a tarde desta terça-feira.

O menino ainda não sabe sobre a festa. Tudo está sendo preparado para surpreendê-lo. Guilherme também não imagina que ao deixar o hospital será escoltado por policiais rodoviários federais.

— Ele vai ficar muito feliz. Guilherme é uma criança comunicativa. Vai amar a surpresa e ainda reencontrar todos os amigos. Será muito emocionante — diz a professora de Gui Andrea Oliveira.

Estevão Moura, pai de Guilherme, conta que o filho está ansioso para voltar para casa e só pensa em estar na companhia do irmão. Os dois costumam jogar vídeo games juntos, mas com o retorno das aulas, os irmãos só se estiveram juntos por algumas horas no fim de semana.

— Estou tão ansioso quanto ele. Foram momentos muito difíceis, mas estamos muito gratos por todo esse carinho e bençãos recebidas — afirma.

A lista de compromissos na agenda de Gui para os próximos dias é extensa. Além dos cuidados médicos, que incluem sessões de fisioterapia e acompanhamento com nutricionista, pediatra, dermatologista, o menino também tem na programação a visita ao Centro de Treinamento do Vasco, time de coração, para assistir aos treinos e o convite para entrar em campo com os jogadores, na próxima partida do time com a participação da torcida.