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Bancos não ficarão de braços cruzados na agenda ambiental, diz presidente da Febraban

Issac Sidney afirmou que, apesar das críticas da concorrência digital, 'bancões tradicionais' não vão sair de cena

Febraban - Reprodução

Os bancos não ficar de braços cruzados ou ser omissos na agenda de sustentabilidade, inclusive com críticas ao governo quando isso for necessário, reivindicando medidas da agenda verde, que impactem a governança das empresas. Os chamados "bancões tradicionais" não vão sair de cena e mesmo sendo provocados pela concorrência recém-chegada, "em tom jocoso e de demérito", e estão na vanguarda da tecnologia e da bioeconomia.

A crítica aos chamados bancos digitais foi feita pelo presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Issac Sidney, durante a abertura do Febraban Tech, evento de tecnologia e inovação do setor financeiro, que começou nesta terça em São Paulo.

Ele estava ao lado dos principais banqueiros do país, como Milton Maluhy, CEO do Itaú, Octavio de Lazari, do Bradesco, Maria Rita Serrano, da Caixa, Roberto Sallouti, do BTG e Mario Leão, do Santander Brasil, que participou virtualmente.

— Temos zero vergonha de sermos bancos. A modernidade e a inovação também são importantes para nós. Podem nos provocar à vontade. Não vamos sair de cena — declarou Issac Sidney durante a abertura do evento.

O vice-presidente Geraldo Alckmin gravou um vídeo para a abertura do evento e disse que o setor financeiro tem sido parceiro para difundir na sociedade brasileira o nove regime fiscal e o avanço da reforma tributária que vão estimular a produção e desonerar o investimento e as exportações. Ele disse que os bancos, incluindo o BNDES, são fundamentais no projeto de neoindustrialização do governo Lula.

Dirigindo-se aos chamados bancos digitais, o presidente da Febraban afirmou que eles se intitulam "como modernos e inovadores", mas que as instituições tradicionais não nasceram agora e não cresceram fazendo marketing. Com presença física em 18 mil agências pelo país, ele afirmou que os bancos tradicionais reúnem 180 milhões de clientes e deram mais de R$ 10 trilhões em créditos durante a pandemia.

— Os bancos confiaram nas famílias e nas empresas e deram volume de crédito inédito. Não estamos apenas no 0800 e nos aplicativos digitais — afirmou.

O presidente da Febraban disse que a tecnologia democratizou o crédito e que o setor abraçou a agenda de baixo carbono, transição energética e créditos verdes há alguns anos, sendo pioneiro nesse avanço. Ele lembrou que há algumas semanas a instituição anunciou uma autorregulação com restrições de crédito a frigoríficos que comprem gado de áreas de desmatamento.

Ele disse que é preciso urgentemente baratear o custo do crédito, mas que isso não se faz apenas com vontade. Ele afirmou que os juros altos são consequências de problemas na economia e que as causas precisam ser atacadas.