EX-PRESIDENTE

Bolsonaro no TSE: "Conspiracionismo, vitimização" foram explorados por ex-presidente, diz relator

Benedito Gonçalves é o primeiro ministro a votar em ação que pode tornar ex-presidente inelegível

Ministro Benedito Gonçalves - Abdias Pinheiro / ASCOM TSE

A prática de "conspiracionismo, vitimização e falas intrusivas" foi explorada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para difundir dúvidas sobre o processo eleitoral de 2022. Foi o que apontou o relator da ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, sobre a prática de abuso de poder político que pode tornar o antigo mandatário inelegível.

— Conspiracionismo, vitimização e pensamentos intrusivos foram fortemente explorados no discurso de 18/07/2022 para incutir a ideia de que as eleições de 2022 corriam um grande risco de serem fraudadas e que o então presidente da República, em simbiose com as forças armadas estaria levando adiante uma cruzada em nome da transparência e da democracia — afirmou.

Segundo o ministro, Bolsonaro "hiperdimensionou o convite às Forças Armadas para a comissão de transparência, utilizando-o para defender que Forças Armadas tomassem precedência em temas eleitorais técnicos".

O TSE analisa a ação em que o PDT acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pela reunião com embaixadores feitas em 18 de julho de 2022.
 

— Está configurada a gravidade da conduta em seu aspecto qualitativo e quantitativo. É patente a alta reprovabilidade da conduta — disse.

Na ação que está sendo analisada agora pelo TSE, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) pede que o TSE declare inelegíveis Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto, candidatos à Presidência da República em 2022. A legenda os acusa de cometerem abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022.  O PDT informa que o encontro de Bolsonaro com os embaixadores foi transmitido, ao vivo, pela TV Brasil e pelas redes sociais YouTube, Instagram e Facebook, que mantiveram o conteúdo na internet para posterior visualização.