Jovem de 26 anos arranca todos os dentes após vomitar nos 9 meses da gravidez; entenda a doença rara
Louise Cooper sofre de hiperêmese gravídica (HG), uma condição em que a mulher grávida sofre com vômitos e náuseas muito fortes
Quando engravidou de seu primeiro filho, a britânica Louise Cooper, de 26 anos, não imaginou que vomitaria tanto a ponto de precisar extrair seus dentes devido a danos causados pelo ácido intestinal. A jovem sofreu durante toda a gravidez de hiperêmese gravídica (HG), o enjoo causado por hormônios em sua forma mais grave.
Ao descobrir que iria ser mãe do seu primeiro filho, enquanto trabalhava na França, Louise percebeu que suas crises de vômito não eram normais. Ela voltou à Inglaterra, onde mora atualmente, e foi internada. Dois meses depois, ela recebeu o diagnóstico da doença.
"Perdi meu primeiro dente por volta de 16 semanas e foi do nada. Depois de já ter dado a luz, eu fui informada que meus dentes precisariam ser removidos porque estavam muito danificados", relata a mãe de três ao DailyMail.
Alguns estudos revelam mulheres que sofreram durante a primeira gravidez com a condição têm maior probabilidade de ter em qualquer gravidez subsequente. Como Louise, que teve HG nas suas outras duas gestações seguintes. Isso mudou não somente a sua forma de se alimentar, mas também a sua alimentação em si.
“Eu diria que minha dieta não é a mais saudável, pois é restrita a traumas. Isso restringiu minha dieta - não como mais muita carne. Eu me concentro principalmente em comer vegetais", Louise conta.
Porém, cinco anos depois da remoção completa da sua arcada dentária, a jovem entende que está na sua melhor fase. Ela aceitou o que aconteceu consigo e a perda.
"Aceitei o fato de não ter dentes. Eu tenho dentaduras agora, mas elas não são as coisas mais confortáveis de usar, pois são cosméticas. Tudo voltou ao normal. Eu cheguei a um acordo com tudo no ano passado", desabafa.
O que é a hiperêmese gravídica (HG)?
Os principais sintomas são os sucessivos vômitos, náuseas severas, fraqueza relevante, alteração nos exames laboratoriais, perda de peso e desidratação grave. As causas do problema ainda não são conhecidas, mas há teorias que apontam em diferentes direções: seria proveniente do antígeno fetal, que causaria um tipo de rejeição ao feto; do hormônio HCG; por causa dos níveis elevados de estrogênio e progesterona ou ainda por conta de uma origem na psicogênica.
"É difícil voltar à rotina de entender que a comida não vai mais me fazer vomitar. Foi muito traumático, não desejo isso nem para o meu pior inimigo. Muitas pessoas comparam passar por isso com os efeitos colaterais da quimioterapia, pois você sente que está morrendo. É desagradável. É emocionalmente e fisicamente desgastante", ela relata.
Kate Middleton, duquesa de Cambridge, na Inglaterra, e a apresentadora Tata Werneck também foram diagnosticadas com hiperêmese durante suas gestações.
De acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) 0,3 a 3% de todas as mulheres grávidas apresentam HG, sendo uma condição rara. O tratamento médico envolve o uso de anti-histamínicos, um tipo de antialérgico, hidratação e transmissão intravenosa de fluidos (IV).