Investigadores podem juntar destroços para recriar partes do Titan, diz especialista
Fala foi dita por Tom Maddox que participou de uma expedição ao Titanic em 2005 em entrevista ao Daily Mail
A retirada de destroços do submarino Titan do fundo do mar poderá levar os investigadores a remontar partes da estrutura em busca de falhas ligadas à implosão que deixou cinco mortos no Atlântico Norte, na semana passada. Em entrevista ao jornal Daily Mail, Tom Maddox, que é CEO da Underwater Investigators — uma equipe que trabalha para recriar cenas de acidentes para análise — disse que o trabalho delicado de juntar as peças do Titan — como em um quebra-cabeças — não tem precedentes.
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— Eles vão remontar o melhor que puderem. Não acho que exista um manual para isso, é algo novo. Eles vão ter que escrever as regras enquanto fazem, mas vão usar as experiências passadas e o conhecimento prévio para isso — afirmou Maddox, que participou de uma expedição ao Titanic em 2005.
As peças retiradas do mar foram descarregadas do navio Horizon Arctic no píer da Guarda Costeira Canadense, na cidade de St. John's, em Terra Nova, no Canadá. As imagens mostram estruturas de metal branco que pareciam ser a calota de vante (parte dianteira) do submarino Titan e um painel lateral com eletrônicos e fios pendurados sendo retirados do Horizon Arctic, o mesmo navio de onde partiu o robô que localizou as partes do Titan na última quinta-feira.
A descoberta de grandes partes do Titan surpreendeu especialistas ouvidos pelo Daily Mail, já que havia a suspeita de que o submarino seria reduzido a pedaços bem menores ao sofrer o que as autoridades envolvidas nas buscas chamaram de “implosão catastrófica”. De acordo com Maddox, acredita-se que os componentes de titânio da estrutura resistiriam mais à implosão do que as partes de fibra de carbono, que são mais frágeis.
— Muitos de nós suspeitávamos que, no caso de uma falha catastrófica, essa implosão, várias partes se desintegrariam, particularmente as partes que não são de titânio, o que tornaria a investigação muito mais difícil — explica o especialista, para quem achar partes maiores — significa que teremos mais peças do quebra-cabeças para juntar.
A Pelagic Research, empresa americana proprietária do Odysseus — o veículo operado remotamente usado na busca pelo submersível implodido — anunciou que sua operação de busca e recuperação offshore foi concluída.
Especialistas que alertaram sobre a segurança do Titan antes do acidente apontaram o casco de fibra de carbono do submarino como o seu “calcanhar de Aquiles”, porque o material não é considerado adequado para descer a profundidade atingida pelo equipamento, apurou o Mail.
— Essa é uma tragédia horrível. Mas se pudermos encontrar algo positivo em descobrir quais foram as falhas, entender o que aconteceu e evitar o mesmo no futuro, essa é a chave — defende Maddox.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/06/quebra-cabecas-investigadores-podem-juntar-destrocos-para-recriar-partes-do-titan-diz-especialista.ghtml