brasil

"Todo mundo contra esse absurdo da taxa de juros", afirma Lula

Lula falou ainda que quando o presidente da República era responsável direto pela indicação, ele "tirava ou colocava" os presidentes do Banco Central

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega para Cúpula para Novo Pacto Financeiro Global - Lewis Joly/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a taxa de juros do país. Lula afirmou que todos os setores da economia "estão contra esse absurdo da taxa de juros". Sem citar o nome de Roberto Campos Neto, Lula afirmou ainda o Senado tem "responsabilidade" porque aceitou a indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro para o comando do banco.

"Eu acho que é um equívoco, não tem um setor da economia, a não ser o financeiro, não tem um setor da economia, seja das grandes empresas, pequenas empresas, médias empresas, pequeno varejista, grande varejista, todo mundo contra esse absurdo da taxa de juros que ninguém pode captar dinheiro para investir.'

Lula falou ainda que quando o presidente da República era responsável direto pela indicação, ele "tirava ou colocava" os presidentes do Banco Central.

"O Senado tem responsabilidade porque foi o senado que aceitou a indicação do ex-presidente e indicou o presidente do Banco Central. Quando era o presidente que indicava, o presidente tirava ou colocava. Eu lembro que o FHC tirou uns dois ou três presidentes do BC. Outros presidentes tiravam."

Sobre o Conselho Monetário, que se reúne nesta quinta-feira para aprovar um ajuste no sistema de metas de inflação, Lula afirmou que "não precisa ter uma meta tão rígida" e que a política monetária "tem que ser móvel" e "ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade".

"Eu não sei qual é a decisão do Conselho Monetário, vão tomar a decisão. O que eu acho, o que eu penso agora como cidadão brasileiro é que o Brasil não precisa ter uma meta de inflação tão rígida, como estão querendo agora, sem alcançar. A gente tem que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou aquela meta a gente pode reduzir e fazer mais um degrau, descer mais um degrau. Alcançou aquele degrau, a gente desce mais um degrau. É para isso que a política monetária tem que ser móvel, ela não tem que ser fixa e eterna. Tem que ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade."