RIO

Desembarque de Bolsonaro tem apoio tímido, xingamento e improviso

Ex-presidente pegou aliados de surpresa com viagem ao Rio

O ex-presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa na chegada ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro - Mauro Pimentel/AFP

A chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Rio, nesta quinta-feira, teve breve momento acalorado envolvendo apoiadores e um crítico, em um cenário marcado pelo improviso. Enquanto concedia entrevista coletiva em um dos portões de desembarque do aeroporto Santos Dumont, na capital fluminense, o ex-presidente ouviu xingamentos de um passageiro que transitava pelo local.

Bolsonaro chegou a interromper sua fala por alguns segundos enquanto um pequeno conjunto de eleitores procurava abafar os gritos contrários ao ex-presidente. A vinda para o Rio, decidida na noite de quarta, pegou de surpresa ao menos cinco correligionários procurados pelo Globo, que desconheciam a viagem até as primeiras horas da manhã desta quinta.

No início de sua fala aos jornalistas, enquanto elencava realizações durante seu mandato na Presidência, Bolsonaro foi saudado aos gritos de "mito" por um transeunte. Imediatamente, outro passageiro reagiu com o grito "na cadeia", numa referência aos processos e investigações judiciais dos quais Bolsonaro é alvo, incluindo casos como o das joias árabes e o da fraude no cartão de vacina.

Os gritos desencadearam uma troca mais acalorada de ofensas. O homem que criticava Bolsonaro também chegou a chamar o ex-presidente de "golpista" e de "inelegível". Ele deixou o local em meio a gritos de apoiadores bolsonaristas, e observado por um segurança do ex-presidente.

Após a interrupção causada pelos gritos, Bolsonaro retomou a resposta buscando ignorar o episódio.

Em outro momento, Bolsonaro comentou que passará o dia "na casa de um filho". O vereador Carlos Bolsonaro mora na capital fluminense, no mesmo condomínio onde o ex-presidente residia, na Barra da Tijuca.

Sem detalhar o que planejava fazer na cidade, no mesmo dia em que é julgado em Brasília pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro afirmou que sua agenda havia mudado "totalmente" e que planejava ir "logo mais, no fim da tarde" para Belo Horizonte, para comparecer ao velório do ex-ministro Alysson Paolinelli, titular da pasta da Agricultura no governo Geisel, na ditadura.