Justiça

Governadores defendem Bolsonaro, mas afirmam que ele pode ser melhor cabo eleitoral do que candidato

Fórum empresarial com participação de Cláudio Castro e Ronaldo Caiado acontece no mesmo dia de julgamento no TSE

Cláudio Castro e Ronaldo Caiado - Divulgação

Os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), saíram em defesa da importância de Jair Bolsonaro como principal liderança da direita. Porém, diante da possível inelegibilidade do ex-presidente em julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), interrompido com placar de 3 a 1 contra o ex-mandatário nesta quinta-feira, eles já traçam um cenário em que Bolsonaro será apenas um cabo eleitoral para o campo conservador, e não mais candidato.

Apesar de criticar uma eventual condenação do aliado, Castro avaliou que sua figura pode ser até mais importante como um líder fora do jogo eleitoral do que efetivamente como postulante a um cargo. Para o chefe do Executivo fluminense, o ex-presidente seguirá mobilizando suas bases.

— (Bolsonaro será) talvez até mais importante do que se estivesse elegível. Não tenho dúvidas de que um candidato à Presidência que teve 49% (dos votos) tem uma infinidade de seguidores, que terão um sentimento de injustiça. Com certeza, (será) ainda melhor do que elegível, não tenho dúvida — disse Castro em conversa com jornalistas durante o 22º Fórum Empresarial Lide, realizado nesta quinta-feira em Copacabana, no Rio.

O governador fluminense ressaltou que não conhece os detalhes do processo que está em apreciação no TSE, mas criticou o que chamou de "criminalizar a política". Além disso, enfatizou que segue sendo um "aliado" de Bolsonaro e que sua exclusão da política "é muito ruim para a democracia".

Também no Fórum Empresarial Lide, Ronaldo Caiado avaliou que o ex-presidente seguirá sendo uma figura com forte capacidade de mobilizar o campo conservador:

— Em relação ao prestígio dele influenciar nas eleições, ninguém desconhece isso. E ele mostrou capacidade de mobilização. Não acredito que ele vai perder isso.

O governador de Goiás afirmou ainda que a tendência é o país contornar a situação de polarização dos últimos anos. Caso se confirme a saída de Bolsonaro do jogo eleitoral, ele avalia que o cenário para um herdeiro do posto de líder da direita está indefinido.

— Nós saímos de um processo de polarização de um governo e do outro, e vamos para uma eleição onde o brasileiro irá focando naquele que é capaz de poder atender a pauta Brasil, para sair dessa queda de braço. Vai chegar lá quem mostrar essa habilidade — analisou Caiado.