MEIO AMBIENTE

Greta Thunberg denuncia 'ecocídio' na Ucrânia

Destruição de barragem de Kakhovka inundou grandes áreas da região de Kherson

Greta Thunberg na coletiva de imprensa em que denuncia - Sergei Supinsky/AFP

A ativista ambiental Greta Thunberg denunciou nesta quinta-feira (29) os estragos ecológicos causados pela invasão russa na Ucrânia e a falta de reação internacional ao que chamou de desastre. A fala ocorreu em uma coletiva de imprensa junto ao assessor presidencial ucraniano Andriy Yermak. Acompanhada de uma delegação com outros ativistas, ela também se encontrou com o presidente Volodymyr Zelensky.

O ecocídio e a destruição ambiental são uma forma de guerra [...], como os ucranianos já sabem muito bem, e a Rússia também disse Thunberg, durante uma visita a Kiev como parte de uma delegação internacional que investiga as consequências ambientais do conflito. E é por isso que eles estão deliberadamente visando o meio ambiente e os meios de subsistência e as casas das pessoas e, portanto, também destruindo vidas.

A destruição da barragem de Kakhovka na região sul de Kherson em 6 de junho inundou grandes áreas da região de Kherson. O desastre matou dezenas de pessoas e forçou milhares de outras a fugir. A Ucrânia acusou a Rússia de explodir a barragem, que estava sob o controle de Moscou, enquanto o Kremlin insiste que foi Kiev que bombardeou a estrutura da era soviética.

Cada lado culpou o outro pelo desastre. Zelensky criticou o que diz ser a falta de uma resposta internacional adequada ao desastre.

Não acho que a reação mundial a esse ecocídio seja suficiente disse Thunberg. Acho que nenhuma reação pode ser suficiente. Então, acho que precisamos abrir mais espaço para as pessoas afetadas por essas catástrofes contarem suas histórias e compartilharem informações sobre o que está acontecendo no local. Devemos fazer tudo o que pudermos para falar sobre isso e tentar divulgar e compartilhar informações sobre o que está acontecendo.

Também há temores sobre o risco de um desastre na usina ucraniana de Zaporíjia, a maior usina nuclear da Europa, atualmente sob controle russo. Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, alertou repetidamente sobre os perigos de um grande acidente no local.