Promotoria britânica descreve o ator Kevin Spacey como um "assediador sexual"
Spacey foi uma das grandes estrelas pegas pelo movimento global #MeToo, quando foi inicialmente acusado de assédio sexual por vários homens nos Estados Unidos
O ator americano Kevin Spacey foi qualificado, nesta sexta-feira (30), como "assediador sexual" pela promotoria no início de seu julgamento em Londres, onde é acusado de 12 assédios sexuais contra quatro homens entre 2001 e 2013, acusações que ele nega.
Spacey, de 63 anos, é "um homem que não respeita os limites nem o espaço pessoal", que "gosta que outras pessoas (...) se sintam incomodadas, um assediador sexual", afirmou Christine Agnew, representante da promotoria.
Após a seleção do júri e a apresentação das acusações na quarta-feira (28), a acusação tomou a palavra, nesta sexta-feira, entrando no mérito de um julgamento que deve durar quatro semanas no Tribunal da Coroa de Southwark, no sul de Londres.
O astro de Holywood se declarou inocente das 12 acusações que lhe imputam. Em virtude da legislação inglesa, não se pode identificar as supostas vítimas.
O ator, ganhador de dois Oscar por "Beleza Americana" (1999) e "Os Suspeitos" (1995), é acusado de assediar sexualmente três homens entre março de 2005 e abril de 2013, quando era diretor do teatro Old Vic de Londres.
Segundo Agnew, Spacey "tocou (um dos homens) de forma inapropriada (...) tentando agarrar suas nádegas" e "em várias ocasiões (...) agarrou os órgãos genitais (do homem) através de sua roupa" sem seu consentimento.
O ator é acusado de assediar outro homem entre 2001 e 2004, chegando a obrigá-lo a manter relações sexuais não consentidas.
Segundo a promotoria, a suposta vítima, após ser convidada por Spacey para tomar uma bebida em um apartamento, adormeceu e quando despertou, percebeu que o ator estava fazendo sexo oral nele.
Apesar de sua negativa, ele continuou e a vítima teve que empurrá-lo e ir embora do apartamento, acrescentou a acusação.
Spacey foi uma das grandes estrelas pegas pelo movimento global #MeToo (Eu também, em tradução literal), surgido em 2017, a partir do caso do todo poderoso produtor de cinema americano Harvey Weinstein.
Foi inicialmente acusado de assédio sexual por vários homens nos Estados Unidos, o que destruiu sua bem-sucedida carreira. Ele sempre negou as acusações e isso o levou a revelar sua homossexualidade.
No ano passado, foi declarado inocente em um desses casos por um tribunal civil de Nova York. Em 2019, foram retiradas as acusações em outro.