Supremo Eleitoral

Vices de Bolsonaro declaram "apoio e lealdade" a ex-presidente após condenação no TSE

Mourão e Braga Netto utilizaram as redes sociais para expressar o apoio ao ex-presidente, agora inelegível

Ex vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão - Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-vice-presidente Hamilton Mourão e o candidato à vice do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020, Walter Braga Netto, manifestaram seu apoio ao antigo chefe após o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A sessão desta sexta-feira (30) condenou o ex-presidente por cinco votos a dois, deixando-o inelegível por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em uma reunião com embaixadores faltando três meses para as eleições de 2022.

O atual senador Mourão (Republicanos/RS) tuitou que "assim, a Justiça Eleitoral do Brasil se notabiliza por cassar a vontade popular". O antigo vice-presidente citou a cassação por unanimidade do mandato de Deltan Dallagnol em maio — na ocasião, o TSE determinou a impugnação de sua candidatura baseando-se na Lei da Ficha Limpa:

"Assim, a Justiça Eleitoral do Brasil se notabiliza por cassar a vontade popular, como fez com Deltan Dallagnol, agora faz com Jair Bolsonaro", tuitou. "'Oh, Tempora, Oh Mores'", completou, citando a célebre expressão em latim de Cícero lamentando seu desgosto com as normas sociais e políticas de Roma Antiga.



Nas menções do tuíte, internautas lembram do pronunciamento à nação que Mourão fez no dia 31 de dezembro, em que criticou "lideranças que deveriam tranquilizar a nação" e disse que o governo eleito deveria assegurar uma "democracia pujante e plural, em um ambiente seguro e socialmente justo".

A declaração do último dia de governo geralmente é dada pelo chefe de Estado, mas coube ao vice porque o então presidente já havia viajado para os Estados Unidos, de onde voltou apenas em março.

Mourão e Bolsonaro chegaram ao fim da gestão distantes, após diversos embates públicos durante os quatro anos em que estiveram no poder. Por isso, Bolsonaro descartou Mourão de sua chapa à reeleição e escolheu Braga Neto, ex-ministro da Defesa, como seu candidato a vice em 2020.

Braga Netto fez duas postagens em seu Twitter após o julgamento. Ele também era investigado, mas os sete ministros do TSE votaram para inocentá-lo por unanimidade, ressaltando o fato de que sequer estava presente na reunião com embaixadores na qual Bolsonaro fez declarações questionando a lisura do sistema eleitoral brasileiro.

"Presenciamos um julgamento que retirou os direitos de um homem que sempre lutou pela liberdade. Não apenas o direito de Bolsonaro foi invalidado, mas também a prerrogativa de milhões de brasileiros de escolher democraticamente seu representante", disse ele. "Meu apoio e lealdade, assim como a de milhões de brasileiros, ao nosso eterno presidente, renovam-se e fortalecem-se diante dessa injustiça, enquanto sua força cresce ainda mais."