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Mãe do menino Gui tem número de celular e contas nas redes sociais hackeadas

Tayane Gandra divulgou vídeo no Instagram dizendo que está sendo vítima de golpe

O reencontro de mãe e filho, Tayane e Guilherme, após o menino acordar do coma depois de 16 dias - Reprodução

Tayane Gandra, mãe do menino Guilherme, de 8 anos, que passou 16 dias em coma em um hospital da Zona Oeste do Rio de Janeiro, fez um desabafo no Instagram na tarde desta sexta-feira, relatando que suas contas nas redes sociais foram hackeadas.

Guilherme tem epiderme bolhosa, condição genética autoimune e sem cura, que causa ferimentos na pele, Guilherme foi induzido ao coma para auxiliar na sua respiração, por um quadro de pneumonia. Ao todo, foram 22 dias internado. Para o pequeno herói, que conquistou a web com os vídeos emocionantes compartilhados no Instagram, o momento não é novo: já são 23 internações e 8 cirurgias na bagagem.

A alta contou ainda com escolta da Polícia Rodoviária Federal entre o hospital e sua casa, ocasião em que também recebeu um kit de agente mirim, com miniaturas de viaturas e um boné da força de segurança, que usava quando deixou a unidade de saúde.

Entenda o caso
Guilherme, de 8 anos, que viralizou na web após acordar de um coma e abraçar a mãe, Tayane Gandra, após 16 dias de internação na unidade semi-intensiva de um hospital na Zona Oeste do Rio. O garoto teve epidermólise bolhosa — uma condição genética autoimune e rara que provoca graves ferimentos na pele. Ele teve alta na terça-feira e foi recebido em festa na casa da família em Itaguaí.

A epidermólise é uma doença rara que acomete crianças desde o nascimento e pode causar lesões no tecido externo e em mucosas de dentro do organismo. Nos Estados Unidos, sua incidência é de 20 casos para cada 1 milhão de nascidos vivos. E a condição requer uma atenção de longo prazo. É o que diz Vanessa Barroso, médica que acompanhou o menino em algumas das suas 23 internações.

— Além do que pode apresentar na pele, que é visível, outro desdobramento é o das lesões internas: no esôfago, na mucosa bucal. Não são áreas expostas. Gui, por exemplo, já teve lesão de esôfago. E o órgão sofreu estreitamento. Isso dificulta a alimentação, a absorção de nutrientes. Por isso, se faz necessária a gastrostomia em alguns casos — frisa a especialista, sobre um dos métodos para fortalecer a dieta do paciente, que recebe um tubo no estômago para sonda alimentar.

A doença pode causar impactos na vida do paciente, muitos deles crianças. Guilherme, após a alta médica, seguirá com atendimento periódico com pediatra, dermatologista, fisioterapeutas e mais integrantes de uma equipe multidisciplinar. Esse grupo inclui, ainda, psicólogo, já que há situações em que a autoestima da criança fica abalada. A realidade do menino de Itaguaí é de amparo e assistência, diferente da que vivem outras pessoas no país. No caso do menino que emocionou milhões de pessoas no Brasil, uma peculiaridade colabora para a melhora: o otimismo.

— A família já passou por muita coisa. Antes da pandemia, Gui ficou um período sem andar. Ele usava um carrinho. E vemos que, a cada batalha, ele se supera com esse jeito cativante. Guilherme tem muita fé em Deus, é religioso. Quando as pessoas estão preocupadas, ele diz: "Deus está comigo, está no controle". No hospital mesmo, os parentes dizem que ele atrai as pessoas para perto. A energia é muito boa — conta a tia.

Em 2019, na Câmara Legislativa, o projeto de lei 2577/19 foi apresentado para viabilizar no país o Curefini. Trata-se de um creme que atua como restaurador dérmico e estimula a cicatrização das lesões. Importado, um frasco do produto custa mais de 30 dólares. Há crianças que precisam de mais de nove potes por dia.