Colômbia e Venezuela firmam cooperação sobre busca de desaparecidos na fronteira
Os dois países compartilham uma fronteira comum de 2.219 km
Os chanceleres de Colômbia, Álvaro Leyva Durán, e Venezuela, Yván Gil, assinaram, na sexta-feira (30), um documento de cooperação para a busca de desaparecidos em sua fronteira comum, onde há décadas atuam narcotraficantes, guerrilheiros e paramilitares.
O acordo "permitirá estabelecer os mecanismos mais adequados para realizar a busca, recuperação e identificação de restos humanos em território venezuelano", disse o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia em um comunicado.
Os dois países compartilham uma fronteira comum de 2.219 km, onde grupos armados de narcotraficantes, guerrilheiros e paramilitares atuaram durante décadas de conflito na Colômbia, deixando milhares de vítimas e desaparecidos.
O acordo bilateral com fins humanitários já havia sido anunciado no final de maio pelos líderes dos dois países em Brasília, durante uma cúpula convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse a mesma fonte.
A assinatura se deu em Bogotá durante reunião dos dois chanceleres para lançar uma comissão de boa vizinhança e integração Colômbia-Venezuela de modo a impulsionar suas relações.
Desde que assumiu o poder em agosto, o presidente colombiano, Gustavo Petro, iniciou as gestões para retomar as relações bilaterais rompidas em 2019 por seu antecessor Iván Duque (2018-2022), que não reconheceu o governo de Nicolás Maduro, alegando que sua reeleição foi fraudulenta.
No âmbito da integração fronteiriça, os dois países também anunciaram que estão trabalhando para atender às necessidades de seus nacionais com a reabertura dos consulados colombianos em Caracas, Maracaibo, San Antonio del Táchira e San Cristóbal. Já a Venezuela reabrirá os serviços consulares em Bogotá, Medellín, Cartagena, Barranquilla e Riohacha.