RIO DE JANEIRO

Professora é agredida com chute por aluno em escola da rede estadual do RJ: "Totalmente apavorada"

Profissional participava de reunião com o estudante, a mãe dele, a diretora e a coordenadora pedagógica da unidade de ensino

A professora foi afastada de suas funções após um laudo psiquiátrico atestar que ela não tem condições de voltar à escola onde foi agredida - TV Globo / Reprodução

Uma professora foi agredida por um chute por um aluno de 15 anos numa escola da rede estadual localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro. O episódio de violência ocorreu na última quarta-feira, durante uma reunião entre o estudante, a mãe dele, a diretora e a coordenadora pedagógica da unidade de ensino. As informações são do Bom Dia Rio, da TV Globo.

A reunião havia sido marcada para explicar ao adolescente e à mãe dele o motivo do cancelamento da matrícula dele. De acordo com o Bom Dia Rio, o garoto não frequentava a escola e já tinha se matriculado em outra unidade de ensino.

"Enquanto eu estava conversando e olhando para a diretora-adjunta, ele se levantou e chutou o meu rosto. Não deu tempo de eu fazer nada", contou a docente, sem se identificar.

A profissional foi afastada de suas funções após um laudo psiquiátrico atestar que ela não te condições de voltar à escola. Ela está ainda com dificuldade para dormir e se alimentar. A profissional afirma que muitos alunos ficaram agressivos após a pandemia de Covid-19: "Além da agressividade, nós não temos nenhum pessoal de apoio. Nós não temos um porteiro, não temos um coordenador de turma, não temos um inspetor."

Dois dias antes da agressão, o aluno já tinha ameaçado a professora em sala de aula ao saber que não poderia mais frequentar a escola. A vítima registrou o episódio numa delegacia. Segundo a professora, ela só encontrou o adolescente três vezes: no início do ano letivo, no último dia 26 e na quarta-feira.
 

O caso é investigado pela Polícia Civil. A docente passou por um exame de corpo de delito que constatou a lesão no rosto. Ela disse que continua sem condições de voltar a trabalhar.

"Eu estou com muito medo. Estou com vontade de sair do Rio de Janeiro e ir para algum lugar bem longe. Estou totalmente apavorada."

Ao Bom Dia Rio, a Secretaria estadual de Educação informou que o aluno estava com a matrícula suspensa por "excesso de faltas" e que por isso a direção da escola convocou a responsável para uma reunião.

"A Secretaria de Estado de Educação informa que o aluno em questão estava com a matrícula suspensa por excesso de faltas e a direção da escola convocou a responsável para uma reunião. Ao chegarem na unidade, ambos foram autorizados a entrar, visto que estavam juntos e o jovem é menor. A mãe concordou que o aluno precisaria ser transferido, mas neste momento, o jovem agrediu a professora com um chute no rosto. O caso foi registrado na delegacia, o aluno foi apreendido e a professora recebeu atendimento médico.

O caso também foi incluído no banco de dados do Registro de Violência Escolar, ferramenta que mapeia casos de violência, racismo, discriminação e bullying, e tem o objetivo de nortear ações pedagógicas que previnam tais práticas e promovam a defesa dos direitos da criança e do adolescente, além de contribuir para a segurança em sala de aula e informar as autoridades.

Em relação à falta de porteiro na unidade, a Seeduc esclarece que a entrada do menor foi autorizada porque ele estava acompanhado da mãe. De todo modo, já foi aberto procedimento para contratação destes profissionais, o que está em análise no Tribunal de Contas do Estado (TCE)".