Bolsonaro: "Estou na UTI, não morri ainda. Não é justo querer dividir meu espólio"
A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que "não morreu ainda" e que "não é justo alguém querer dividir" seu espólio, em referência à sua sucessão como representante da direita para as eleições de 2026. A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.
Bolsonaro está impedido de disputar um cargo público até 2030 e se tornou o primeiro ex-presidente na História a perder os direitos políticos em um julgamento no TSE. Na sexta-feira, a Justiça Eleitoral entendeu que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou indevidamente meios de comunicação ao atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores às vésperas da campanha do ano passado.
Quando perguntado o que faria de diferente se pudesse voltar no tempo até janeiro de 2019, primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro respondeu que teria "baixado um pouquinho o tom de voz", após se definir como alguém de perfil "explosivo" e "objetivo".
Em seguida, mentiu ao afirmar que "não foi seu pessoal que fez o quebra-quebra" em Brasília, em referência aos bolsonaristas que invadiram a sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Seus aliados têm tentado emplacar a versão segundo a qual os manifestantes seriam "infiltrados de esquerda".
Eleições municipais
Bolsonaro declarou que a "tendência" é apoiar a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na eleição municipal de 2024. Para ele, o ideal seria o PL lançar candidatura própria, mas ainda não há um nome viável para disputar o pleito. Ele afirmou que "o pior que pode acontecer em São Paulo é esse invasor de domicílio ser eleito", em referência ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), principal pré-candidato da esquerda.
— Se tivermos um candidato nosso, com chance de ganhar, nós vamos com ele. Até o momento não apareceu, com todo o respeito ao Ricardo Salles. A tendência é apoiar o Ricardo Nunes — afirmou.
Em suas palavras, Salles "chutou a barraca" após saber que o ex-presidente teria sinalizado com a possibilidade de apoiar Nunes na eleição. O ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro e o prefeito de São Paulo têm trocado farpas publicamente.